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Brasil amplia proteção para a avicultura

Santa Catarina, que possui a classificação de área livre da doença sem vacinação, foi o primeiro Estado


Os surtos de febre aftosa ocorridos ano passado no Pará e no Amazonas bloquearam as exportações de carnes brasileiras para a Rússia e causaram um grave problema econômico para o País. Santa Catarina, que possui a classificação de área livre da doença sem vacinação, foi o primeiro Estado que voltou a vender para os russos. Agora, os avicultores brasileiros pretendem estender o sistema de "blindagem" individualizada da suinocultura para a cadeia produtiva de aves. O objetivo é evitar eventuais contratempos provocados por doenças que atacam frangos e perus.

O professor da Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) e vice-presidente técnico-científico da União Brasileira da Avicultura, Ariel Mendes, apresentou a proposta da regionalização sanitária na semana passada, durante o 6º Simpósio Brasil Sul de Avicultura que encerrou na última sexta-feira em Chapecó, no Oeste do Estado. De acordo com ele, o Brasil pode aumentar as chances de ficar imune à influenza aviária (gripe do frango) e doença de Newcastle, enfermidades que em anos anteriores atingiram o Chile, Estados Unidos, parte da Europa e da Ásia, causando prejuízos bilionários com a suspensão das exportações de carne.

Na palestra, Mendes destacou que a indústria e o governo já entraram em consenso sobre a necessidade e viabilidade da instalação de um programa de regionalização sanitária misto, por Estado, no Sul, e por macrorregiões, no Norte e no Nordeste. "Nós acreditamos que a regionalização pode estar implementada em menos de dois anos. Os maiores entraves são as mudanças na legislação de trânsito animal e na estruturação dos Estados, que estão sem dinheiro. O Governo Federal já anunciou até um corte de verba", disse Mendes, lembrando que o orçamento de R$ 134 milhões deve ficar em apenas R$ 37 milhões.

restrito

Até hoje, a Organização Internacional de Epizootias (OIE) reconhece apenas os circuitos pecuários para febre aftosa e peste bovina. Mas na reunião internacional que deve ocorrer em maio, em Paris, deve ser aprovada uma proposta de compartimentalização, uma espécie de reconhecimento sanitário aos frigoríficos que comprovam a manutenção de sistemas de biosseguridade eficientes. "Se a OIE aprovar, a compartimentalização pode passar a vigorar no segundo semestre. Mesmo assim nós vamos continuar trabalhando para a implementação da regionalização", diz Mendes.

Convidado do simpósio, o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), Cláudio Martins, declarou que a entidade apóia a regionalização como ferramenta para o Brasil continuar liderando o mercado internacional de aves. "A mobilização política no intuito de garantir mais recursos financeiros para programas de controle sanitário é fundamental", observou Martins.

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