O Brasil pretende cada vez mais encaminhar por intermédio do Mercosul as negociações para a liberalização do comércio mundial. “Vamos negociar bloco a bloco com a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e a União Européia”, disse ontem (27-05) o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, durante audiência com uma delegação de parlamentares mexicanos. O governo brasileiro quer que os países desenvolvidos reduzam os subsídios à produção e às exportações de produtos agropecuários, facilitando assim o acesso aos mercados.
Para o presidente da Comissão de Desenvolvimento Rural do Congresso do México, deputado federal Alfonso Oliverio Cardona, o Brasil deve ser, junto com a Argentina, um “ponto muito importante na negociação sobre a Alca.” Segundo ele, o objetivo da audiência era conhecer a posição do governo brasileiro sobre a criação da Alca. “O Brasil é um gigante da produção agropecuária e deve ser determinante para o fechamento de bons acordos comerciais, especialmente no setor agropecuário.”
Rodrigues fez uma rápida apresentação sobre a agricultura brasileira aos parlamentares mexicanos. Ele ressaltou que a produtividade brasileira cresceu 74% nos últimos 13 anos, enquanto a área plantada aumentou em apenas 12,7%. Nesse período, a produção teve um salto de 99% e deve chegar a 115,2 milhões de toneladas na safra 2002/2003. Apesar de ser competitivo, assinalou o ministro, o Brasil é prejudicado no comércio internacional por causa das barreiras impostas pelos países desenvolvidos.
O ministro também informou aos parlamentares mexicanos que o governo Lula está desenvolvendo três ações para tornar a agricultura ainda mais competitiva: a aprovação pelo Congresso do seguro agrícola, a criação do programa renda mínima rural e o fortalecimento do sistema cooperativo brasileiro.