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Brasil constrói primeira usina solar com dinheiro digital

Complexo ficará em Itaobim (MG) e tem capacidade para abastecer mais de 10 mil residências


Foto: Marcel Oliveira

O Brasil vai ganhar a primeira usina de energia fotovoltaica, financiada com recursos vindos de moedas digitais. O complexo está sendo construído em Itaobim, no Vale do Jequitinhonha (MG). Estão previstas novas unidades na Bahia e Rio de Janeiro, dois polos importantes na produção de energia renovável no país.

O uso de criptomoedas, representando uma geração renovável, é visto como uma tendência que deve se intensificar a cada dia, por oferecer retorno financeiro em curto e longo prazo e menor risco que as fontes fósseis, como o petróleo, o carvão mineral e o gás natural, todos oriundos da decomposição de seres vivos, que trazem como principal desvantagem a poluição ambiental. Ou seja: a prerrogativa é que, quanto mais se compra a moeda, mais ela será valorizada, o que representa um incentivo natural para a descarbonização, a mitigação do aquecimento global e a produção de energia limpa no Brasil e no mundo.

O projeto é audacioso, sendo um complexo de energia solar de grande porte, que converterá a luz do sol em corrente alternada para, depois, ser transmitida, em forma de energia elétrica, para a rede do Sistema Interligado Nacional (SIN). Como a usina fotovoltaica será instalada em uma área isolada, a sua energia será enviada aos centros urbanos por meio das linhas de transmissão. A previsão é que cada polo, autorizado pelos órgãos competentes, trabalhe com um megawatt de potência. Uma vez que cada residência mineira consome em média 121.6 kw/mês, a usina de Itaobim terá capacidade para abastecer 10 mil casas, no mínimo, assim como a do Rio de Janeiro e da Bahia.

De acordo com Marcos Silva, a primeira usina fotovoltaica brasileira com recursos de criptomoedas será entregue em dezembro de 2022, em um evento que terá, entre os destaques, uma ação social com repasse da arrecadação para pagamento da conta de luz de instituições beneficentes parceiras da EnergyPay.

De acordo com as informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil possui 4.357 usinas fotovoltaicas em operação com uma capacidade de aproximadamente 3,84 GW. Elas ficam nos esados do Piauí, Minas Gerais e Bahia.

A modalidade funcionará assim: o custo das obras será dividido em diversas frações; e para cada uma dessas partes haverá os compradores de tokens.

Então, cada usina será constituída em quatro etapas:

1ª) Taxa de transação: nesta fase, uma parte da porcentagem será destinada ao empreendimento;

2ª) Tokenização: os interessados compram as frações das usinas solares, de acordo com os seus interesses;

3ª) Compradores privados: grupos receberão propostas diferenciadas para viabilizar as obras;

4ª) Reinvestimento sobre a produção: alavancagem, para o desenvolvimento da usina, até que a meta de construção de 15 mw seja atingida.

No parecer de Marcos Silva, CEO da EnergyPay, o propósito da fintech é deixar um legado no País e mostrar que o Brasil, além de ser uma potência no segmento de energia solar, é um exportador de inovações. “O interesse do mercado nos ativos sustentáveis é uma predisposição irreversível. Inclusive, as práticas ESG estão se tornando fator legítimo de competitividade das empresas, sendo que muitas já estão adotando essas condutas. Não tem como voltar ao passado: a cada dia a preocupação com o meio ambiente se tornará o direcionamento do processo produtivo para uma gestão eficaz”.

 

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