Em onze anos de atuação no Brasil, a multinacional de nutrição animal Alltech fez com que o país se transformasse no segundo maior mercado do grupo, atrás apenas dos Estados Unidos, onde está localizada a sede do grupo. "O Brasil é o maior sucesso da Alltech mundial dos últimos dez anos", afirma Aidan Connolly, vice-presidente mundial da Alltech.
O grupo deverá encerrar 2004 com um faturamento aproximado de US$ 250 milhões. Nesse cenário, o Brasil detém uma participação de 10%, enquanto os Estados Unidos possuem 15% de todo o grupo. "Temos planos para que o Brasil, em quatro anos, tenha um faturamento de US$ 40 milhões e ultrapasse os Estados Unidos", afirma Connolly.
Se as metas do executivo forem cumpridas, a empresa terá registrado um crescimento de 60% em apenas quatro anos. Para isso, a Alltech já investiu US$ 4 milhões na construção de uma unidade de produção em Araucária (PR) e irá investir outros US$ 15 milhões para implementar um complexo de produção de biomassa e fermentação de leveduras, em São Pedro de Ivaí, no norte do Paraná. Com os investimentos, a Alltech aumentará em cinco vezes a produção de biomassa, transformando o País no maior centro de produção e exportação de alta tecnologia do grupo.
A visita de Connolly, que chegou ontem ao Brasil, não é por acaso. Juntamente com representantes russos, turcos, franceses e ingleses a idéia é entender como as granjas brasileiras conseguiram atingir um crescimento tão grande em pouco tempo de existência. "No Brasil, nossa empresa cresce um ritmo superior ao registrado em nível mundial. Estamos aqui para entender isso", diz Connolly.
O motivo para tanto otimismo sobre o Brasil é o fato de o mercado de carnes, principalmente de frango e suínos, estar em franco desenvolvimento. As estimativas da empresa são de que apenas um em cada cinco frangos são produzidos com um programa de suplementação alimentar natural. "Essa é uma demanda cada vez maior, principalmente entre os países da Europa", explica Connolly.
Mas não é apenas o mercado para produtos naturais que motiva a empresa. Segundo o executivo, apenas 20% do plantel de aves e suínos do Brasil atende as necessidades sanitárias da União Européia. "As decisões tomadas na Europa influenciam cerca de um bilhão de pessoas, principalmente nos países do Leste Europeu, Oriente Médio e Norte da África", diz Connolly.
O foco da Alltech são as exportações de carnes e suínos. Segundo dados da Associação Brasileira dos Exportadores de Frangos (Abef), os embarques de 2004 somam 2,03 milhões de toneladas, um crescimento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a Associação Brasileira das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Carne Suína (Abipecs), as exportações totalizam 417 mil toneladas, mesmo volume registrado entre janeiro e outubro do ano passado.