A criação de um Conselho de Ministros da Agricultura e Pecuária do Mercosul, mais Chile e Bolívia, foi analisada ontem (05-02) durante audiência do ministro Roberto Rodrigues com seu colega uruguaio, Gonzalo Gonzáles. “Essa região precisa unir esforços tendo em vista as negociações internacionais no campo agrícola”, afirmou. Neste ano, o Mercosul deverá discutir o acesso de seus produtos agropecuários aos mercados com a Organização Mundial do Comércio (OMC), com a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e com a União Européia (UE).
De acordo com o ministro da Agricultura do Uruguai, o Conselho de Ministros da Agricultura deverá contar com o apoio de órgãos especializados para dar sustentação às suas posições. Entre eles, um comitê veterinário, que cuidará das questões relacionadas à sanidade animal. Hoje, a região tem o Comitê de Sanidade Vegetal do Conesul (Cosave), responsável pela implementação de medidas voltadas ao controle de pragas e doenças e à padronização dos serviços fitossanitários.
As discussões sobre a formação do conselho devem avançar nos próximos meses, segundo Gonzáles. “Pretendemos começar a concretizar o novo organismo a partir de março”, adiantou. Antes disso, esclareceu, os ministros dos demais países do bloco econômico e os do Chile e da Bolívia deverão ser consultados sobre a proposta do Brasil e do Uruguai. Durante a audiência, Gonzáles também reafirmou a Roberto Rodrigues a intenção do governo uruguaio de manter um intercâmbio permanente com o Brasil nas áreas de sanidade animal e vegetal e de comércio bilateral. “Temos uma extensa fronteira e um ativo comércio de produtos agropecuários. Isso nos obriga a mantermos contatos permanentemente.”