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Brasil investe cada vez mais na exportação de tecnologia agropecuária

Como objetivo, o workshop procurou esclarecer aos técnicos estrangeiros como está estruturado o sistema brasileiro de defesa agropecuária


Por três décadas o Brasil se empenhou a construir e consolidar uma moderna Agricultura Tropical. Como resultado, hoje, o país não apenas ostenta a liderança em Pesquisa & Desenvolvimento na área, como também a capacidade desta agricultura em revigorar terras, fazendo-as produzir com a regularidade necessária para a conservação das cadeias produtivas.


A partir desse movimento, a inovação tecnológica gerada no país adquiriu abrangência internacional e o papel da Ciência & Tecnologia ganhou destaque como instrumento da política externa brasileira, sobretudo no fortalecimento do diálogo com países do hemisfério sul e do continente africano.

Um exemplo disso foi o Workshop ”Capacitação para Transferência de Tecnologia em Defesa Agropecuária” realizado em Brasília-DF para representantes de 15 países. O evento foi realizado pelo Projeto Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária (InovaDefesa) em conjunto com a Universidade Federal de Viçosa, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e da Embrapa Estudos Estratégicos e Capacitação, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Segundo o coordenador do projeto InovaDefesa, Evaldo Vilela, “sediar um evento desta magnitude é uma oportunidade para apresentarmos a expertise brasileira no assunto. Durante o projeto InovaDefesa, mapeamos os grupos de excelência em P&D em defesa agropecuária e esperamos, com este workshop, iniciar um diálogo no sentido de transferirmos tecnologias brasileiras para o fortalecimento da agricultura nos países representados”.

Como objetivo, o workshop procurou esclarecer aos técnicos estrangeiros como está estruturado o sistema brasileiro de defesa agropecuária, com vistas a facilitar a transferência de tecnologias e experiências brasileiras na área para os países representados. Além disso, o curso serviu para levantar demandas, potencialidades e possíveis soluções para os fatores que inibem os sistemas de defesa agropecuária nos países representados.


A cooperação internacional, no âmbito técnico, representa um importante instrumento de desenvolvimento econômico e social. Ela auxilia determinado país a dar impulso nas mudanças estruturais nos seus sistemas produtivos, como forma de superar gargalos. Portanto, podemos pensar a cooperação como uma espécie de intercâmbio de experiências, onde os países encontram soluções de seus problemas a partir de uma base compartilhada de assistência. No Brasil, esse trabalho já acumula quatro décadas de atuação em conjunto com parceiros comerciais e organismos internacionais.

Para o analista da Embrapa Estudos Estratégicos e Capacitação, Rodolfo Oliveira, a iniciativa do workshop foi bastante oportuna, pois, de acordo com ele, o contexto econômico dos países da África vem crescendo nos últimos anos. Países como Angola e Moçambique apresentaram um aumento expressivo na economia graças a um grande investimento estatal em infraestrutura. Com as transformações, as bases do comércio exterior desses países se ampliam favorecendo as ações de cooperação e transferência.

Todavia, Rodolfo ressaltou que o ponto crucial do workshop está na possibilidade de identificar oportunidades e gargalos da integração comercial, compreendendo melhor a realidade de cada país. “A aposta no aumento do fluxo comercial entre o Brasil e esses países deve ser cautelosa. São países ainda com altas taxas de pobreza, mercados consumidores concentrados e com problemas sérios de infraestrutura portuária e de transportes. Um ponto, que deve se ter cuidado é a questão logística. Em Cabo Verde há o problema do frete de retorno ao Brasil, já que a produção agrícola e industrial do país é pouco diversificada; e em Moçambique, na costa leste africana, o custo do frete e a disponibilidade de transporte marítimo dificulta a exportação brasileira. Prova disso é que o Brasil detém mais de 5% de participação no mercado de ovos” comentou.

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