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Brasil perde bilhões no crédito de carbono

Fiesc promove seminário para melhorar as chances do Brasil no Protocolo de Quioto


O mercado de créditos de carbono movimenta bilhões de dólares, mas o Brasil está atrasado nesse sentido e atrás de outros países que já se habilitaram ao filão. Para tirar as dúvidas sobre o assunto, a Federação das Indústrias de SC (Fiesc) realiza no dia 24, o Seminário dos Créditos de Carbono, que vai reunir os empresários catarinenses interessados no assunto.

O objetivo é levar a discussão ao nível de negócios, além da abordagem acadêmica. Por isso, além de explanações gerais sobre o Protocolo de Quioto, as perspectivas e oportunidades no mercado de créditos de carbono no Brasil e no mundo, haverá palestras sobre problemas práticos.

Entre eles: como implantar os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), orientação de modelos possíveis de negócio, possibilidade e formas de participação, processos e etapas a serem cumpridas, o que vale ou não na obtenção dos créditos.

Todos esses aspectos serão apresentados tendo em vista que é necessário conseguir retorno com o investimento em projetos de MDL. Para exemplificar, haverá apresentação de casos de sucesso nacionais. O mercado internacional de créditos de carbono, que tem objetivo de reduzir a emissão dos gases que causam o aquecimento global, movimentou US$ 22 bilhões nos nove primeiros meses deste ano, segundo dados do Banco Mundial. O número é o dobro do alcançado durante todo o ano passado.

O Brasil é o segundo país em projetos de MDL. São 193 iniciativas, sendo que 76 delas já receberam registro da Organização das Nações Unidas. O aval da ONU é indispensável para a comercialização dos créditos. Em todo o mundo são 1.278 projetos, 403 deles registrados

O seminário "Créditos de Carbono - Oportunidades de Parcerias e Negócios" é organizado pela Fiesc em conjunto com a Nemetz Advocacia e a consultoria Max Ambiental, com apoio da Associação Empresarial de Blumenau (Acib).

Maioria das empresas não saíram da teoria

Lançado em setembro do ano passado, o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), considerado um passo fundamental para a organização do mercado de carbono no Brasil, já é reconhecido por 37% das 163 empresas brasileiras consultadas para um estudo da PricewaterhouseCoopers, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, sobre a implantação de projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

O estudo aponta, no entanto, que 79% das empresas pesquisadas ainda não transformaram em ação o conhecimento que já têm sobre as vantagens da adoção de projetos de MDL. Entre os países emergentes, a China já tomou a liderança nesse processo, acompanhada pela Índia, deixando o Brasil para trás.

"Pela quantidade de projetos e pelo nosso potencial, nós poderíamos estar bem mais à frente", avalia Gollo. Segundo ele, as empresas ainda não partiram do conhecimento para a ação, limitando-se a ficar só na análise.

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