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Brasil pode ser autossuficiente em trigo?

Especialistas asseguram que sim e que não vai demorar muito


Foto: Pixabay

O Brasil consome o dobro de trigo do que produz. O cereal milenar ganhou ainda mais espaço em ano de pandemia. Com o isolamento as pessoas passaram a consumir mais derivados como pães e massas. Segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) as massas geraram R$ 2,6 bilhões em quatro meses e os pães encontraram 6 milhões de novos consumidores. Ainda aponta que o consumo de trigo cresceu 15% na quarentena.

Essa é uma oportunidade a qual muitos triticultores estão de olho. O trigo que tem maior produção tradicionalmente em estados como Paraná e Rio Grande do Sul, por ser adaptado à baixas temperaturas e inclusive exigir esse clima, está subindo Brasil afora. Já tem trigo de ótima qualidade no Cerrado e produtores do Nordeste apostando. 

No último boletim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado no último dia 10 de novembro, o cereal aparece em dez estados brasileiros. Na Bahia a produção deve subir 3 mil toneladas e com produtividade de 5,7 kg/ha. No Paraná, maior produtor nacional, o índice é de 2,7 kg/ha. A produção deve crescer quase 90% no Mato Grosso do Sul e 75% no Distrito Federal. Em estados como Ceará há áreas experimentais, com excelentes resultados, que não entram na conta da safra oficial ainda.

Como isso é possível? Com genética, cultivares adaptadas e manejos especiais que vem de grande aporte de pesquisas na área. Grande parte deste trabalho é realizado pela Embrapa Trigo. O chefe-geral da unidade, Osvaldo Vieira, aposta que em cinco anos já se pode falar em autossuficiência no Brasil. Para isso a meta é expandir a área e que este trigo tenha valor comercial para o moinho. Outra necessidade é que as áreas tenham proximidade com a indústria para não encarecer os custos. 

O produtor de Limoeiro do Norte (CE), Alexandre Salles, também acredita que o país pode produzir para suprir sua necessidade interna. A experiência de colher trigo pela primeira vez trouxe muitas descobertas e ele já testa áreas em outros estados como Maranhão e Piauí. "Eu acredito ser plenamente possível. Visitei pelo mundo regiões que produzem trigo com 38ºC. Por que não aqui?", destaca. Salles alcançou uma produtividade excelente mas teve algumas dificuldades. 

Confira no vídeo como foi a experiência e o que pensa o pesquisador e representantes do Distrito Federal sobre o cereal no Brasil:

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