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Brasil tem desafios para vencer na qualidade e sanidade de sementes

Pré-lançamento de livro e debate marcaram o XV Simpósio de Patologia Sementes, durante o CBSementes


Foto: Divulgação

O XV Simpósio Brasileiro de Patologia de Sementes, que aconteceu semana passada, em Curitiba, como parte do XXI Congresso Brasileiro de Sementes (CBSementes), debateu a necessidade da criação de um grupo para discutir demandas do setor. Na programação, palestras sobre a importância da sanidade nos mercados nacional e internacional; ganhos, desafios e impactos da qualidade de semente na produtividade.

A realização do CBSementes foi da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates), que registrou recorde de participação, com 1.200 inscritos.
O simpósio foi aberto pelo presidente desta edição do CBSementes, Fernando Henning, doutor da Embrapa Soja; e pela doutora Ellen Barrocas, da Indigo Agriculture, que coordenou o encontro.

Um dos destaques do evento foi o pré-lançamento do livro “Patologia de Sementes – A Ciência Básica”, com a participação de cerca de 50 coautores. A obra deve ser lançada em um futuro Simpósio de Patologia de Sementes, no ano que vem, mas ainda não tem data marcada.
De acordo com Ellen, o livro estará disponível, gratuitamente na internet, para consulta de produtores e pesquisadores ou quem tiver interesse, mas também como um material didático.

“Os autores têm uma bagagem grande na parte de sanidade de sementes. Muitos deles estão aposentando, saindo do mercado. O objetivo é que deixem todo esse conhecimento registrado”, destacou Ellen.

Ellen também apresentou a palestra “Ganhos e desafios do tratamento biológico de Sementes.

A programação teve ainda o chefe da Divisão de Controle de Pragas, do Ministério da Agricultura e do Abastecimento (Mapa), o doutor Ricardo Hilman, que apresentou a palestra “Importância da sanidade no comércio nacional e internacional de sementes”.

Hilman destacou que a qualidade é fundamental no comércio de semente.

“Trabalhamos para que tudo seja feito para garantir que a semente importada chegue ao Brasil com toda qualidade e segurança. O rigor com que trabalhamos a semente que vem do exterior é muito maior porque queremos evitar a entrada de novos patógenos, que ainda não existam aqui e que possam causar muitos impactos na agricultura brasileira” asseverou Hilman.

O chefe da Divisão de Controle destacou que há desafios que precisam ser superados, com ações conjuntas pelo Mapa, produtores, pesquisa, extensão e assistência técnica.

“Cada dia que passa, patógenos que não eram problema estão virando problema ao criarem resistência. Esse é um desafio para que tenhamos capacidade de resolver juntos. Nada melhor do que um congresso como esse, que congrega tanto conhecimento para discutir esses desafios e, mais do que isso, tirarmos encaminhamentos de como a gente pode conduzir esses problemas”, afirmou Hilman.

Participou também como palestrante, o professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), o doutor José Mentem, com a palestra “Como a sanidade de sementes impacta a produtividade nos cultivos agrícolas no Brasil”.

Depois das palestras, houve um debate com o tema “Desafios da sanidade de sementes no Brasil”, coordenado pela doutora Norimar Denardin, do Centro de Biotecnologia na Agricultura (CebtecAgro).

O debate contou com as participações do doutor José Maurício Pereira, auditor fiscal do Mapa; doutor José Machado, professor de Patologia de Sementes (UFLA); doutora Maria de Fátima Zoratto (MF Zoratto Consultoria); doutora Evelyn Araújo Koch (Conqualy Consultoria para Laboratórios – USF), e o doutor João Nunes (Consultor Momesso).

José Maurício Pereira levantou várias questões em relação à legislação.

“Entres os pontos da legislação que a gente precisa avançar são os padrões sanitários de semente. Estamos recebendo muitas normas do Mapa. É um momento muito interessante da sociedade se unir ao ministério para a gente poder rever essas legislações de forma mais pontual e bem mais eficiente. Acredito que é necessário, priorizar as pragas mais importantes para que possamos credenciar laboratórios específicos e poder direcionar treinamentos”, avaliou Pereira.

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