Com a adequação da pecuária brasileira ao sistema de rastreabilidade, a procura por brincos de identificação dos animais tende a crescer a partir deste ano. De olho nesse mercado, que engloba 166,8 milhões de cabeças de gado bovino no Brasil, a unidade brasileira da empresa francesa Allflex estima que as vendas dos brincos deverão representar entre 15% e 20% do faturamento total do grupo em 2003.
A Allflex iniciou, há um mês, a produção de brincos para a identificação de animais no País. A nova unidade, instalada em Joinville (SC) abastecerá o mercado latino. A expectativa para 2003 é que sejam produzidos cerca de 100 milhões de brincos. “Joinville oferece uma posição logística ideal para a importação e exportação, pois fica próxima aos portos de Paranaguá (PR), São Francisco do Sul e de Itajaí (SC). Além disso, é muito próxima dos países do Mercosul”, diz o diretor da Allflex do Brasil, Vincent L’henaff.
Segundo o executivo, a fábrica catarinense, que já recebeu investimentos da ordem de US$ 2 milhões, será a maior filial do grupo, que possui outras quatro unidades: uma na França, onde está localizada a matriz, e outras unidades nos Estados Unidos, Austrália e China.
Com a unidade de Joinville, a empresa entra em uma nova fase no mercado brasileiro de identificação animal, passando a fabricar e estampar os brincos no País. “A Allflex atua no Brasil há 18 anos. Com a unidade de Joinville, essa atuação será reforçada, pois a fábrica terá uma ala de injeção de plásticos para produção de brincos visuais e ainda fará a codificação dos microchips e a gravação dos brincos visuais com tecnologia laser e jato de tinta, trabalhos que anteriormente eram terceirizados ou importados da matriz”, afirma.
Os brincos de identificação fabricados pela Allflex podem conter as seguintes informações: numeração do animal na propriedade, logomarca, número oficial do Sistema de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov), entre outras especificações, gravadas em código de barras com tecnologia laser. A Allflex oferece mais de seis modelos com cores diferentes, que custam entre R$ 0,70 e R$ 2 a unidade.
Rebanho rastreado
Embora de 16 a 17 milhões de cabeças de gado bovino – ou seja aproximadamente 10% do rebanho nacional – já sejam identificadas por algum processo (incluindo marcação a ferro), apenas 5 milhões estavam registradas junto ao Sisbov até setembro de 2002. Desde o ano passado, por imposição da União Européia (UE), toda carne bovina embarcada para aquele destino deverá estar rastreada.
Luciana Villar