BSCA abre encontro de cafés especiais

Evento ocorre hoje e amanhã em São Paulo, reúne 45 produtores e terá concurso de excelência. A BSCA (Brazil Specialty Coffee Association), que reúne 45 produtores de cafés especiais das principais regiões produtoras brasileiras e é credenciada pelo Ministério da Agricultura para conceder o selo de Certificação de Qualidade para os Cafés Especiais, promove hoje e amanhã em São Paulo, o Primeiro Encontro Brasileiro dos Cafés Especiais. O evento será realizado no Centro de Exposições da Amcham (Câmara Americana do Comércio) e inclui a premiação do quarto concurso de qualidade cafés do Brasil, o "Cup of Excellence", de âmbito internacional, desenvolvido pela OMC (Organização Mundial do Comércio) e pela OIC (Organização Internacional do Café) e promovido no Brasil pela BSCA. O concurso deste ano teve o recorde de 826 lotes inscritos, dos quais 147 foram selecionados para a fase semifinal realizada no Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos), em Campinas. A fase final, a cargo de um júri internacional, foi realizada na Ilha de Itaparica, na Bahia, na semana passada. Fazem também parte do evento cursos de barista e de degustação e palestras. Além de poder estampar o selo Cup of Excellence na embalagem, os vencedores terão o direito de participar do exclusivo Cup of Excellence Internet Coffee Auction 2002, leilão internacional de cafés apoiado pela BSCA que ocorrerá em 10 de dezembro. Embora ainda pequeno - de um milhão de sacas produzidas pelo País, 300 mil são de cafés especiais, segundo o coordenador do programa do café da BSCA, Edgard Alexandre Bressani - o mercado de café especial tem crescido no Brasil. "Surgiu nos últimos anos um novo tipo de consumidor de café, mais exigente, e o setor de gastronomia começou a reagir", diz. Ele cita os exemplos de restaurantes como Charlô, Loft, Galeto’s e Empório Segatto, em São Paulo, e o Garcia & Rodrigues, no Rio, que passaram a comprar cafés especiais e a participar de cursos sobre o produto, a fim de agregar mais valor a seus serviços. "Essa tendência vem no embalo do crescimento do consumo de grãos de qualidade superior no mundo todo, cuja demanda se expande 15% ao ano, ante somente 1,5% do café comum", completa. Cursos básicos e avançados de barista serão ministrados pela americana Sherri Jonhs, expert no assunto e ex-diretora da Starbucks Coffee. Alf Kramer, que tem seu próprio negócio de consultoria, especializado em qualidade, análise de mercado, marketing, planejamento estratégico, educação e treinamento, em Horten, na Noruega e foi fundador da Associação Norueguesa de Cafés Especiais, vai ensinar degustação e o empresário e enófilo Ciro Lilla falará do universo dos cafés e vinhos. Ele é proprietário da Cia. Lilla de Máquinas, voltada para o setor cafeeiro, e da importadora de vinhos Mistral. Para Lilla, assim como o vinho, o café merece ser analisado de forma especial e prazerosa. Um café para ser denominado especial precisa obedecer critérios que vão diferenciá-lo dos demais. Um café pode ser tradicional (consumido em larga escala e de preço bem acessível ), superior (feito com pelo menos de 80% de grãos da variedade arábica, torrados para café coado) e gourmet (comercializados por grandes indústrias, que utilizam grãos 100% arábica advindos de vários produtores). Já o verdadeiro café especial tem sua rastreabilidade comprovada, denominação de origem controlada, com grãos 100% arábica que apresentam equilíbrio perfeito entre aroma, corpo, doçura, acidez, sabor e retro-gosto. O café especial ainda é auditado por especialistas internacionais e só recebe o selo de certificação da BSCA se compromissos sociais e responsabilidades ambientais também fizerem parte das premissas do produtor. O evento terá também uma feira com estandes de empresas como Caulin Porcelanas, Saeco Café, Spress Café, Cafeera, Astro Café e Sindicafe (Sindicato da Indústria do Café de São Paulo). Fonte: Regina Neves