Os lucros da Bunge Limited, controladora da Bunge no Brasil, mais do que triplicaram no segundo trimestre, graças sobretudo ao desempenho das operações de fertilizantes e à venda de ativos no Rio Grande do Sul. A empresa lucrou US$ 182 milhões entre abril e junho, desempenho superior aos US$ 50 milhões apurados em igual período do ano passado. A receita foi 68% maior, de US$ 5,2 bilhões.
"O agribusiness está crescendo tanto no Brasil como na Argentina. Estamos sendo capazes de aproveitar essa onda", diz Milton Notrispe, diretor financeiro e de relações com investidores da Bunge Brasil.
No Brasil, o faturamento líquido foi de R$ 7,9 bilhões no primeiro semestre, ou 83,7% maior do que o apurado em igual período de 2002. O lucro foi de R$ 710 milhões, revertendo prejuízo de R$ 222 milhões registrado nos primeiros seis meses de 2002. "Foi um resultado muito bom. Realizamos lucro porque a agricultura no Brasil está crescendo e porque demos seqüência ao nosso programa de racionalização de custos e integração de áreas", diz Notrispe. As ações da Bunge Brasil negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) tiveram valorização de 81,2% no ano, até o dia 28 de julho, superando o desempenho do Ibovespa, que acumula alta de 21,1%.
A Bunge Fertilizantes lucrou R$ 187 milhões no primeiro semestre graças ao aumento das vendas e dos preços dos fertillizantes. A valorização cambial, de 18,7% no semestre, reduziu a dívida e gerou ganho de R$ 87 milhões.
A Bunge Alimentos foi favorecida pelo aumento das exportações de soja e seus derivados. A empresa, líder no comércio exterior, exportou 3,5 milhões de toneladas no trimestre, volume 46% maior que o registrado em 2002. O bom desempenho das exportações foi compensado pelo desaquecimento das vendas de produtos alimentícios (óleo, maionese). O lucro do semestre foi de R$ 540 milhões, ante prejuízo de R$ 152 milhões em 2002. O faturamento foi 94% maior, de R$ 6,2 bilhões.