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Café: decisão adiada

O debate deve continuar nesta terça-feira


Após seis horas de reunião, o CMN (Conselho Monetário Nacional) suspendeu as atividades na noite de segunda (29/04) sem definição do novo preço mínimo do café. O debate deve continuar nesta terça-feira. A revisão do valor de garantia do produto é a principal reinvindicação dos produtores e entidades contra a crise que abate o setor. O preço mínimo atual, congelado em R$ 261 desde 1999, é considerado muito inferior aos custos de produção do grão.


Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), Roberto Simões, o preço defendido é de R$ 336,13, que equivale ao custo médio de produção da saca de 60kg no Brasil, segundo cálculo oficial da Companhia Nacional de Abastecimento - Conab.

Entenda a crise do café


Para explicar a origem da atual crise do setor cafeeiro, o diretor da FAEMG e presidente da Comissão Técnica de Cafeicultura da entidade e da CNA, Breno Mesquita lembra que o aumento progressivo do consumo do grão em todo mundo (crescimento médio de 2% ao ano) pautou um planejamento federal de aumento da produtividade do país para atender a demanda. “Assim, com a safra de ciclo alto do último ano e uma safra atual registrando volume superior à média dos anos de ciclo baixo, o mercado tornou-se fortemente especulativo, o que derrubou a cotação do café abaixo dos custos de produção” conta.

O presidente da FAEMG, Roberto Simões afirma que a implementação de políticas de garantia, com preço mínimo corrigido, financiamento e programas de leilões são medidas essenciais para pôr fim à crise no setor. “O consumo do café continua crescendo e não há estoques mundiais. Não há razão para essa permanência do café em patamares de preços tão baixos. Nesse momento, é preciso discutir novamente uma política de sustentação e de garantia do produtor, que dê novo alento ao mercado”.


Simões lembra que a medida já foi utilizada, com sucesso, em cenários semelhantes, sem grande ônus à União. Ele cita, como exemplo, o programa de opções de compra pelo Governo. “O Governo nunca precisou comprar estoques grandes, basta sinalizar que há garantia e o mercado tende a reagir”, explica. 

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