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Café brasileiro é mais competitivo do que os países concorrentes


Os cafeicultores brasileiros recebem uma parte bem maior dos preços de exportação do que seus concorrentes em outros grandes países produtores, segundo uma pesquisa encomendada pelo Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Os produtores brasileiros adquiriram em média 92,3% do preço de exportação do café arábica entre janeiro e novembro deste ano, comparado com 81,3% no Vietnã, o segundo maior país produtor, e 70,8% na Colômbia, o terceiro maior.

"A constante modernização da tecnologia agrícola e logística permitiu aos produtores brasileiros ganharem mais do que os outros produtores mundiais", disse ontem o diretor geral da Cecafé, Guilherme Braga.

A pesquisa mostrou que a parte dos produtores dos preços "free on board" (FOB) ampliou-se nos últimos anos enquanto os impostos e os custos de produção registraram queda. Contudo, eles continuam perdendo dinheiro enquanto os preços internacionais permanecem fixos. A suspensão de ICMS sobre as exportações de café em 1996 - como conseqüência da lei Kandir, que isentou os produtos de exportação do pagamento do imposto - permitiu que as corretoras aumentassem o repasse do preço de exportação para os produtores.

"Comércio justo"

Nesse ano, os produtores brasileiros de café receberam 80% dos preços de exportação comparado com 63% durante os anos 80. O Cecafé informou que será lançado um índice mensal de participação do produtor.

O resultado da pesquisa fortalece a posição de negociação do Brasil nas conversações de "comércio justo", centradas no baixo percentual que os produtores recebem dos preços de varejo do café.

Solúvel no exterior

As exportações brasileiras de café solúvel subiram 14% este ano em relação do ano passado em termos de volume e 27% em receita. Segundo dados da Associação Brasileira dos Exportadores de Café Solúvel (Abics), as vendas externas de café solúvel este ano deverão totalizar o equivalentes a 2,9 milhões de sacas de 60 quilos, com uma receita total de US$ 230,3 milhões em 2003, em comparação ao desempenho de US$ 181,1 milhões em 2002.

Segundo a diretoria da Abics, para a obtenção deste desempenho foi fundamental a recuperação das exportações de café solúvel para os Estados Unidos. Em 2003 o país teve uma participação de 19% das exportações totais brasileiras de solúvel, o que um significativo aumento de 25,74%.

A recuperação em termos de receita foi ainda mais relevante, segundo os dados da entidade de classe, passando-se de US$ 23 milhões no ano passado para US$ 30,3 milhões em 2003, o que significa um expressivo incremento de 31,74% no período.

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