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Café brasileiro já é o preferido dos árabes


Os árabes estão tomando mais café brasileiro. As exportações nacionais de café verde para os países da região aumentaram 94% em faturamento no ano passado em relação a 2003 e 36,4% em volume. A população árabe consumiu 853 mil sacas de café verde brasileiro, o que significou um gasto de US$ 59,2 milhões com importações ou US$ 28,8 milhões a mais do que no ano anterior.

Os dados não incluem as vendas do produto solúvel, que é comercializado de forma industrializada. O crescimento das vendas para os países árabes ficou bem acima das exportações nacionais de café verde como um todo, que aumentaram 2% em volume e 31,6% em receita.

Se for incluída a comercialização de café solúvel, os números não se modificam muito. O Brasil teve receita de US$ 2,02 bilhões com as exportações de todos os tipos de café em 2004, cifra que é 31,4% superior a 2003, e comercializou 26,4 milhões de sacas, 2,8% mais do que no ano anterior.

O país árabe que mais comprou café verde brasileiro foi a Síria, seguida do Líbano, Tunísia, Jordânia e Argélia. Também Emirados Árabes Unidos, Egito, Arábia Saudita, Líbia, Marrocos, Kuwait e Omã adquiriram o produto. "O Brasil tem compradores tradicionais no Líbano, Síria, Egito", diz o diretor geral do Conselho dos Exportadores de Café Verde do Brasil (CeCafé), Guilherme Braga.

A diretoria do Conselho acredita que a expansão das vendas para a região deve continuar em 2005. "Podemos vender mais para o mercado árabe, que tem um potencial enorme. Os árabes gostam de café", afirma o presidente do Conselho Deliberativo do CeCafé, João Antonio Lian.

Braga explica que grande parte das vendas para os países árabes ocorre via empresas européias. Alguns dos consumidores do café nacional na região, como é o caso da Síria, têm acordo de comércio com a União Européia, o que facilita as relações comerciais e também os financiamentos para exportação.

O volume vendido para os árabes, porém, ainda é muito pequeno no universo das exportações nacionais de café verde. Os árabes compram apenas 3,6% do total comercializado pelo país no mercado internacional. A participação, porém, já cresceu em relação a 2003 quando a região adquiriu 2,7% do volume vendido pelo Brasil no exterior. Os maiores compradores do café nacional no exterior são Alemanha, Estados Unidos, Itália, Eslovênia e Bélgica.

Preço em alta:

Os bons números das exportações de café do Brasil em 2004 são atribuídos principalmente ao aumento de preços. Tanto que o crescimento da receita ficou bem acima do aumento do volume comercializado. Isso, de acordo com Braga, deve continuar ocorrendo em 2005. O CeCafé projeta alta de 25% para os preços da commodity no primeiro semestre deste ano sobre o segundo semestre de 2004. "Houve um razoável equilíbrio entre a produção mundial e o consumo nos últimos dois anos e essa boa relação deve continuar no curto prazo", explica.

O CeCafé estima para 2005 um crescimento de 17% na receita brasileira com exportações de café, incluindo o verde e o solúvel, mas queda de 12% no volume. Uma das razões é a queda da safra estimada pelo governo. A Companhia Nacional de Abastecimento projeta um decréscimo da safra nacional de café, de 38 milhões de sacas no período 2004/05 para 31 a 33 milhões de sacas na colheita 2005/06, já que a cultura do produto é cíclica.

Em função da alta projetada para os preços, porém, as exportações devem continuar em alta e poderão inclusive compensar parte da perda de receita que o agronegócio terá com a soja, principal produto agrícola exportado pelo Brasil, e que sofre queda de preço desde o final do ano passado.

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