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Café clonal é vantajoso para agricultores de Rondônia

A agricultura familiar de Rondônia contempla apenas um quarto da parte do território agricultável do estado


A agricultura familiar de Rondônia contempla apenas um quarto da parte do território agricultável do estado. Mas, apesar disso, em comparação a outros estados do Norte, ela está à frente como o estado campeão da agricultura familiar da região. De acordo com o último Censo Agropecuário, são mais de 75 mil estabelecimentos de produção familiar. Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater-RO) o estado possui 90 mil agricultores familiares e, desses, 65 mil recebem assistência técnica. As principais atividades desenvolvidas por eles são a produção de leite, com 35 mil produtores, que mantêm uma produção média de até 100 litros de leite em cada propriedade.

A cafeicultura está em segundo lugar, com 22 mil agricultores. Com as melhorias genéticas dos grãos, surgiram variedades mais produtivas, como os clonais, que dão a possibilidade de os produtores colherem até 150 sacas por hectare.

Já em terceiro lugar está a apicultura. Com base familiar, são 10 mil agricultores envolvidos nessa produção, com destaque para o peixe tambaqui. 

A produção de café e a pecuária são favorecidas pelo solo, pelo clima e vegetação região que chove muito e que garante uma pastagem de pelo menos oito meses por ano. 


O café clonal

O café tradicional de semente é bem diferente do tipo clonal. Enquanto o primeiro, a semente deve ser plantada, o clonal vem de uma muda geneticamente modificada, a conilon, que consegue absorver melhor a adubação garantindo maior produção e melhor qualidade do café. No entanto, o clonal precisa de mais irrigação que o café normal para criar sua proteção climática, principalmente na seca. Em Rondônia, a conilon, muda plantada pelos agricultores, é reproduzida na própria região em viveiros comuns credenciados pela Emater-RO. 

Há cinco anos, os agricultores Milton Cesar, de 54 anos, Rosangela Terezinha, de 49 anos, e o filho do casal, Fernando Borghi, de 22 anos, cultivam café no município de Rolim de Moura. No início, a família cultivava o café tradicional, mas com alguns prejuízos na colheita optaram pelo café clonal por ser mais produtivo. A mudança não foi repentina, começaram com poucas plantações para se adaptarem e atualmente, em um espaço de 8 hectares cultivam somente o café clonal. Na ultima safra conseguiram colher 156 sacas por hectare e garantem que na próxima a expectativa é superior a 600 sacas de café. 

Com a ajuda de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), a família investiu R$ 166 mil no terreno para plantar o novo café, aplicando R$ 22 mil para a irrigação, R$ 20 mil para a subestação de energia elétrica, R$ 13 mil para o reservatório de água e R$ 111 mil para o trator. Os resultados são tão favoráveis que a família consegue lucrar 60% líquidos de cada colheita. “A parte de investimento não é tão significativa em relação à produção, então mesmo com uma área mais simples temos mais renda e mais condições”, relata Milton Cesar.


Ater

A Emater-RO trabalha em todos os municípios do estado, com um corpo técnico assistente com 1.100 funcionários e cerca de 700 extensionistas rurais e sociais que atendem diretamente o agricultor com assistência técnica efetiva. Para José de Arimatéia da Silva, diretor técnico e de planejamento da Emater-RO, é fundamental desenvolver a parte de gestão do agricultor com a meta principal de no mínimo três atendimentos anuais para cada propriedade de Rondônia. “Nós acreditamos que hoje o serviço de extensão rural é manter a Rondônia entre as melhores Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural do país”, afirma o diretor.

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