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Café com grife avança no exterior


Vinte empresas já imprimem a sua marca no produto exportado a torrefadoras estrangeiras. Além de exportar cafés especiais, de alta qualidade, o Brasil também está vendendo grifes no mercado mundial. É crescente o número de torrefadoras que importam café produzido no Brasil e o comercializam sob a marca das fazendas onde foram cultivados. Empresas como a Ipanema Coffee, a Astro Café e a Alfenas Café já têm suas etiquetas estampadas nas embalagens comercializadas na Inglaterra e Itália. Estimativas indicam que as vendas de café sob a marca brasileira já respondem por 10% das vendas externas de cafés especiais, que devem se situar em 500 mil sacas esta safra. Das 40 empresas que vendem cafés especiais no mercado externo, 20 já imprimem sua grife do produto, gerando receita de US$ 1,6 milhão.

"Este é o maior potencial agregador de valor do café", diz Marcelo Vieira, presidente da Brazil Specialty Coffee Association (BSCA).

Além dos ganhos, que variam de 50% a 150% acima dos preços dos cafés especiais, os contratos de longo prazo são vistos pelos produtores como o maior ganho deste negócio. "Os contratos de fornecimento de café com a marca são de dois ou três anos", diz Raymond Rebetez, diretor da Astro Café. As demais vendas de cafés especiais são para a formação de um "blend" entre cafés brasileiros e de países da América Central, que após torrados são comercializados sob a marca das torrefadoras que importam o produto. O prazo deste tipo de contrato é de uma safra.

A Fazenda Lambari produz cafés especiais há dez anos e comercializa desde 1999 café com marca Astro para a Inglaterra, Suíça, Itália, Estados Unidos e Japão. As vendas de café com grife já representam 20% das exportações da companhia, que na safra 2003/04 vai colher cerca de 15 mil sacas de café. "Para 2004/05 a safra está projetada em 20 mil sacas", diz.

A Fazenda da Lagoa, onde é produzido o Alfenas Café já exporta sua grife para os Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e o Japão. "Os contratos que envolvem a marca do café garantem a rastreabilidade e a qualidade industrial do produto", diz Vieira.

Já a Ipanema Agrícola exporta sua grife desde 1997. A Starbucks, principal empresa de varejo de café nos Estados Unidos, adquire e estampa em seus rótulos a marca Ipanema Bourbon. A Coca-Cola, do Japão, compra o Georgia Ipanema Blend. Para a França é exportado o Hedeiar Blend Ipanema Express. Na Escandinávia a companhia comercializa o Ipanema Dulce, além de marcas que são distribuídas na Alemanha e na Espanha. "Essas parcerias são interessantes porque reafirmam o compromisso das torrefadoras com a qualidade e com as origens dos cafés", diz Washington Rodrigues, diretor da Ipanema. O contrato mais antigo da companhia é com a norte-americana Starbucks, firmado há cinco anos. "O Brasil tem boa imagem no exterior."

Marcas exportadas

O bom desempenho das exportações de marcas brasileiras se deve às estratégias do Plano de Marketing Internacional dos Cafés Especiais Brasileiros - desenvol-vido pela BSCA. Cinco cafés de fazendas brasileiras foram lançados no mercado britânico em julho do ano passado. A Café Origin lançou três destes cafés: Fazenda Lagoa, Fazenda Monte Alegre e Fazenda Cachoeira. A Union Coffee Roasters colocou no mercado o café da Fazenda Lambari e a Caffe Nero comercializa uma marca de café da Fazenda Cachoeira.

Nos EUA, a empresa Diedrich Coffee lançou o café Fazenda São Domingos. Na Noruega, foram colocados no mercado, pela Solberg & Hansen, cafés de duas fazendas: Boa Vista e Rainha. Na Suíça, o Blaser Café BSCA. No Japão as empresas Caravan Coffee, World Coffee e Toa Coffee também lançaram marcas de cafés especiais brasileiros, como produtos da Fazenda Sol do Paraguassu, Fazenda Sertãozinho, Fazenda Castelhana e a marca Brazil Bourbon Amarelo.

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