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Cafeicultores de MG pedem apoio a Aécio Neves

Representantes da cafeicultura nacional e mineira apresentaram um documento ao governador de Minas Gerais


Criar novas regras para o pagamento do débito de R$ 1,1 bilhão da cafeicultura nacional - estima-se que 50% desse montante está em Minas Gerais - referentes aos empréstimos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), desde 2002 até este ano, e reivindicar a diminuição das taxas de juros. Esses são os dois principais pontos do projeto que será votado na próxima quarta-feira na Câmara dos Deputados. Para conseguir maior força junto aos deputados federais, representantes do setor no Estado pediram apoio ao governador Aécio Neves.

Em encontro realizado ontem (05-09) no Palácio da Liberdade, conforme adiantou o Diário do Comércio, representantes da cafeicultura nacional e mineira apresentaram um documento ao governador, que deverá ser entregue aos presidentes do Senado e da Câmara, para mostrar a situação crítica das dívidas do segmento e da perda gradual de renda do produtor.

Conforme o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana, o setor conta com o apoio do governador para que a articulação de aprovação do projeto seja intensa no Congresso. "No projeto consta o pedido para alongar o prazo para o pagamento da dívida em até 25 anos, sendo que hoje é de 20 anos", disse Gilman.

Segundo ele, representantes do setor colocaram ao governador a situação atual da cafeicultura, que está sofrendo com a alta dos custos de produção, além do fator cambial que está influenciando de forma negativa no rendimento da atividade.

É preciso reestruturar as dívidas do setor, criar crédito para antecipação de estoque e colheita da safra, pois a desova da produção não pode ser antecipada pelo produtor para pagamento de compromissos antigos, afirmou Viana, comentando que o objetivo não é dar benefícios ao produtor e, sim, "criar elasticidade para que o cafeicultor tenha obrigação anual reduzida".

Crônica - Para o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Gilson Ximenes, a dívida do setor é crônica e, portanto, é necessário serem discutidas novas regras de pagamento, além de um modelo de política agrícola que dê melhores condições de renda ao produtor rural. "A dívida da agricultura brasileira gira em torno de R$ 120 bilhões e isso causa espanto, já que o setor sustenta boa parte da economia brasileira", ressaltou Ximenes.

A decisão de mudança na forma de pagamento dos débitos do setor cafeeiro precisa partir do governo federal e, portanto, o prolongamento dos prazos depende de uma decisão do Ministério da Agricultura, avaliou o presidente da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita. "O setor enxerga que Aécio Neves é um parceiro que tem prestígio junto ao governo federal e que poderá reforçar os pedidos do segmento", destacou.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, foi discutido também com o governador o fato de o custo de produção do café ser mais alto no Sul de Minas, se comparado com a região do Cerrado, já que no último caso o uso de máquinas é viável.

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