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Cafeicultores pedem mais recursos


Produtores reivindicam alta de 10% nos leilões de contratos de opção. Representantes dos cafeicultores brasileiros se encontraram, ontem, no Espírito Santo, com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e reivindicaram apoio para balizar o preço da saca do grão no mercado, por meio do reajuste dos valores dos contratos de opção de compra, passando dos atuais R$ 200 para R$ 220 a saca, a partir de setembro.

Hoje, segundo, João Roberto Puliti, presidente da Comissão Técnica de Café da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), a saca está sendo comercializada a R$ 180, "valor que não cobre o custo de produção, estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que é de R$ 196. A expectativa é de que o próprio mercado reaja a essa pressão, mas sem este mecanismo fica difícil a recuperação do preço pago ao produtor", disse.

Pré-comercialização

Puliti afirmou ainda que deverão ser comercializadas cerca de três milhões de sacas, 10% da produção estimada para este ano. "Pelos cálculos, o governo federal deverá disponibilizar cerca de R$ 600 milhões para a pré-comercialização do café". Valor que, segundo ele, não será difícil de ser aprovado, pois o Conselho Monetário Nacional, já estimou recursos da ordem de R$ 300 milhões para a colheita e pré-comercialização.

"A nossa reivindicação não é infundada, há condições do governo federal liberar estes recursos até porque, provavelmente, o mercado irá reagir e a União não precisará dispor do montante. Isso é feito para ajustar os preços pagos ao produtor", disse o produtor.

Segundo informou Puliti, este mecanismo foi utilizado ano passado quando a saca de café estava sendo comercializada a R$ 40. "Os preços somente começaram a reagir a partir do final de agosto, quando o governo federal institui dois mecanismos para reajustar os preços, a pré-comercialização do café e a adoção do preço mínimo para venda, fixado em R$ 130 a saca", explicou o produtor.

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, defendeu, no lançamento do Conselho Estadual de Política Agrícola, que o governo federal assuma uma posição ousada quanto à opção de compra da safra de café, que a União anunciará no dia 2 de maio.

Curva de crescimento

"Espero que a decisão do governo federal não seja tímida e siga o que quer o ministro da Agricultura (Roberto Rodrigues). O que queremos é uma medida agora de opção de garantia de preço efetiva e que permita que o café volte a encontrar uma curva de crescimento", disse o governador mineiro.

Segundo o governador, o governo federal, neste ano, deverá liberar cerca de R$ 3 bilhões, para as etapas de produção, desde o plantio a comercialização da safra.

"Repito, o café não é apenas mais um produto da agricultura, é um instrumento de desenvolvimento social para vários estados e, para Minas Gerais, o mais vigoroso deles, pois 500 municípios dependem da atividade", disse.

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