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Cafeicultura do ES é impulsionada com nova metodologia

Estado é o primeiro a lançar método de estimativa de safra


Estado é o primeiro a lançar a nova metodologia

O panorama cafeeiro do Brasil, em especial do Espírito Santo, 2º maior produtor do país, sofrerá alterações positivas a partir do próximo ano. Isso se deve as novas bases metodológicas que serão utilizadas para estabelecer estimativas de safra de café. A informação foi dada nesta terça-feira (24) no encontro que contou com a cadeia produtiva do Estado, no Palácio do Café.

Na oportunidada o Secretário de Estado da Agricultura, Ênio Bergoli, falou da importância da produção do café no Estado e o que muda com a implantação do novo modelo metodológico. "No Brasil 4% da renda rural é proveniente da cafeicultura. No Estado esse número é de 40%. Um terço do que é movimentado no mercado do café no mundo, o responsável é o Brasil. No ES de cada dez propriedades rurais, sete pelo menos produzem café. Com base nesses números é preciso melhorar a amostra para estimar melhor nossa safra. Estamos trabalhando com ferramentas contemporâneas, afim de aperfeiçoar nossa metodologia e reduzir o desnível tecnológico".

No Estado quem vai comandar a nova técnica será o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). O presidente da Instituição, Evair Vieira de Melo falou da importância de ter cuidado quanto a mensuração de safra. "A informação de previsão de safra é a informação mais importante para o mercado do café. Queremos com o novo método parâmetros claros e bem definidos, não sendo passível de questionamentos, uma pesquisa concisa e coerente, afim de credibilizar a informação de forma unificada em todos os estados brasileiros", conta o presidente.

Evair disse ainda que quando se trata de preço de café, o que define é a lei da oferta e da procura. No que diz respeito a oferta, três fatores são influenciadores: a previsão de safra, o câmbio e os fatores climáticos. "Como não é possivel mexer em câmbio e em clima, alteramos as formas de prever a safra. Através de satélites monitoramos o tamanho das lavouras, e por meio de visitas de campo fazemos a previsão. Procuramos maior confiabilidade, afim de valorizar nosso produto lá fora. Outra grande vantagem é a unificação do método em todo o território nacional, o que reduz o ataque especulativo", explica.

O Espírito Santo será o primeiro Estado a adotar o método. O Superintendente de Informação do Agronegócio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Airton Camargo também afirmou que um dos principais benefícios será a unificação. "Cada estado tinha sua forma de fazer o levantamento, com o novo método irá especificar melhor os dados, padronizar e valorizar o trabalho , diminuindo assim a margem de erro. Precisamos de informção correta e de qualidade para não prejudicar o mercado", diz Camargo.

A coleta de dados será feito em 1% dos estabelecimentos que produzem café, ou seja, das cerca de 60 mil propriedades rurais 608 serão amostradas. Sendo 330 conilon e 276 arábica. Para defini-las foi levado em consideração 80 situações diferentes, como tamanho da propriedade, nível tecnológico empregado, quantidade produzida, produtividade, tamanho da família, entre outros fatores. De acordo com o Coordenador do Programa Estadual de Cafeicultura do Incaper, Romário Gava Ferrão, a nova metodologia terá maior rigor científico, a intenção é ter dados menos especulativos.

Representando a Indústria Cafeeira, o empresário Sérgio Tristão falou da importância do método. "Mais uma vez o Incaper surpreendeu. Há 12 anos acompanho de perto o mercado do café e vejo a evolução no setor. Esse novo trabalho é fundamental e influenciará de forma positiva o setor", afirma o empresário.

Durante o ano, três levantamentos de previsão de safra são feitos. Em novembro/dezembro será feito o fechamento da última etapa do ano e a primeira estimativa/previsão para o próximo ano. A nova técnica já será aferida nessa fase.

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