Entra em vigor neste sábado a redução da mistura de álcool na gasolina. A medida visa aumentar a produção do combustível. Também com este intuito, o governo encaminhará ao Conselho Monetário Nacional (CMN), até o final de abril, linha de crédito para estocagem do produto. Estarão disponíveis R$ 500 milhões, oriundos a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).
A estocagem do produto era uma solicitação do setor, pois os usineiros se comprometeram a reduzir a produção de açúcar em favor do álcool. No entanto, conforme Paulo Zanetti, superintendente da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar), é com a exportação de açúcar que o produtor se financia.
Consumo menor
O percentual de álcool anidro na gasolina vai baixar de 25% para 20% durante três meses e depois a medida poderá ser reavaliada. A expectativa do governo é de que, nesse período, haja uma redução de consumo de 100 mil litros/mês. Há a perspectiva, no entanto, de que a redução possa provocar aumento de até 2% no preço da gasolina.
Com menos álcool na gasolina e com a antecipação da safra para abril - acordada pelos usineiros para que o governo reduzisse o percentual da mistura - espera-se uma produção de 12,6 bilhões de litros de álcool para um consumo de 12,1 bilhões. Ângelo Bressan, diretor do Departamento de Álcool e Açúcar do Ministério da Agricultura, disse que a estocagem poderá também favorecer a exportação de álcool.
Bressan disse que a verba para a estocagem já está garantida no Orçamento da União e seria suficiente para 1 bilhão de litros de álcool. Mas ele assegurou que o plano só estará concluído no período próximo à safra, porque o governo precisa saber se haverá produto suficiente a ser armazenado. A expectativa é que o financiamento tenha juros de 9,5%, como em 2002, mas com prazo maior, de 18 a 24 meses.