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Câmara da carne bovina no RS debate prazos de rastreamento e vendas para Europa


A Câmara Setorial da Carne Bovina do Rio Grande do Sul discutiu na terça-feira (11-05), na Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SAA), o cumprimento dos prazos determinados pela Instrução Normativa 21 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que determina normas operacionais e procedimentos de rastreabilidade e reconhecimento do gado em todo país.

Com a medida, publicada no Diário Oficial da União no início de abril, o Sistema de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov) prevê que todos os rebanhos devam ser rastreados a partir de 40 dias de idade de maneira padronizada através de um selo fixado na orelha do animal. Na reunião, organizações de produtores no Rio Grande do Sul demonstraram preocupação com o período de implantação das mudanças no Sisbov.

O coordenador das câmaras setoriais da SAA, Wilson Schmitt, propôs maior divulgação aos produtores sobre os procedimentos e prazos da rastreabilidade. Com base em sua sugestão, a câmara criou um grupo técnico, reunindo diversas instituições, para viabilizar estratégias de comunicação e de criação de material informativo sobre o tema.

A representante da Emater/RS no fórum de debates, Sonia Desimon, lembrou que a empresa já faz esse trabalho junto aos pecuaristas familiares, responsáveis por três milhões do total de 13,6 milhões de cabeças do rebanho em território gaúcho. De acordo com Schmitt, as ações do novo grupo são prioritárias na SAA.

Conforme o representante da delegacia do Mapa no Estado e integrante da câmara setorial, José Severo, "está sendo avaliada pelo ministério uma readequação da instrução, já que o cumprimento à risca dos prazos poderia causar desabastecimento, num futuro próximo, do nosso mercado externo".

Entre as alterações, a decisão do Mapa estabelece que a partir de 1º de agosto o animal que participar de feiras interestaduais, nacionais e internacionais e de leilões de raça terão de constar no cadastro do Sisbov. Em novembro, a regra valerá para todos os remates. A partir do próximo dia 31, em prazo de um ano, de maneira gradual, apenas será liberado para abate o gado que estiver na base de dados do sistema. Depois de 30 de novembro, por exemplo, o animal deverá estar registrado há 180 dias.

Segundo o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura (Farsul), Fernando Adauto Loureiro de Souza, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) está mobilizada para debater e sugerir modificações no calendário de consolidação do Sisbov.

Ele afirma, porém, que os produtores defendem o sistema como forma "de levar a pecuária gaúcha para outro patamar". Para Souza, a adoção da rastreabilidade garante a ampliação das exportações de carne para a União Européia. "Temos que nos preparar para atender ainda mais esse mercado, hoje nosso principal comprador, com a possibilidade de que as negociações iniciadas pelos países do Mercosul na semana passada sejam fechadas no final do ano, com o Brasil conquistando abertura para venda de mais 42,5 mil toneladas de carne ao ano".

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