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Câmara debate criação de entidade nacional de Ater

A ideia é também aumentar a produção de alimentos e, dentre outras metas, fomentar a erradicação da miséria no campo


A necessidade de uma entidade nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para coordenar esse serviço no Brasil foi debatida nesta quarta-feira (7), em Audiência Pública, na Câmara dos Deputados, em Brasília.
A audiência dará origem a um documento sobre a entidade federal que será apresentado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e à Presidência da República a partir da proposta elaboradas pela Subcomissão de Agricultura Familiar da Casa.

Com o tema “Ater no segmento produtivo de leite e derivados”, o debate na audiência destacou a criação de uma entidade que tenha ação articulada em todo o País para contribuir para a universalização da Ater, levar o conhecimento aos agricultores e promover a inclusão social deles. A ideia é também aumentar a produção de alimentos e, dentre outras metas, fomentar a erradicação da miséria no campo.

O diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater) do MDA ressaltou a importância do extensionismo para que os agricultores familiares acessem políticas públicas e tecnologias. Ele disse que, atualmente, 1,6 milhão de famílias recebem algum tipo de serviço de Ater e há uma tendência para o crescimento do extensionismo brasileiro – com 12 redes de assistência técnica, dentre elas a do leite, e 554 instituições credenciadas para prestar assistência técnica e extensão rural.

“Aquele estereótipo de que agricultura é sinal de atraso foi desconstruído. Está demonstrada a importância da agricultura familiar brasileira. Existe conhecimento, investimento e política pública para o setor rural. O principal serviço para que essas políticas cheguem a essas famílias é o sistema de Ater”, assegurou o diretor do Dater/SAF, Argileu Martins.

Segundo ele, os atuais desafios para a ater brasileira é consolidar o sistema nacional descentralizado de Ater, aperfeiçoar a aplicação dos serviços existentes, ampliar os serviços, qualificar e ampliar o acesso às políticas públicas, promover pesquisa e inovação tecnológica para dar conta dos gargalos da agricultura familiar, compatibilizar pesquisa com Ater para a agricultura, monitorar e avaliar os impactos da extensão rural, estabelecer leis estaduais de Ater e uma pactuação federativa.

O presidente da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) , Júlio Zoé, ressaltou a necessidade do fortalecimento da extensão rural brasileira para contribuir para a erradicação da extrema pobreza no País e defendeu a importância de uma entidade nacional.

A solenidade teve participação de representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Ministério da Agricultura, Pecuária, e Abastecimento (Mapa), da Associação dos Servidores da Emater do Distrito Federal, da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), da Federação das Associações dos Servidores de Extensão Rural, da Academia Brasileira de Extensão Rural, das Cooperativas dos Micro, Pequenos e Médios Produtores dos Trabalhadores em Extensão Rural, dentre outras organizações ligadas ao setor.

A audiência foi proposta pelos deputados Domingos Sávio (PSDB-MG), da Subcomissão do Leite, na Câmara dos Deputados, e Zé Silva (PDT-MG), da Subcomissão da Agricultura Familiar e Extensão rural.

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