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Câmara Setorial da Fruticultura vai estimular exportação


O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse que ficou "assombrado" quando soube que o Chile exporta cinco vezes mais frutas do que o Brasil. Na instalação da Câmara Setorial da Fruticultura, ontem (25-11) em Brasília, o ministro afirmou que é possível, em no máximo três anos, quadruplicar as exportações de frutas brasileiras se o país seguir o exemplo chileno. "O Chile conquistou esse mercado com tecnologia de ponta, logística, principalmente em portos e câmaras frias para armazenagem, e muito marketing. Nós temos que fazer o mesmo".

Os números da produção brasileira de frutas comprovam o potencial do setor. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial, só perdendo para a Índia e a China, mas as exportações renderam, no ano passado, apenas 1,5% do faturamento global da fruticultura (US$ 241 milhões).

Em 2002 o Brasil colheu 35,3 milhões de toneladas de frutas, metade na região Sudeste e 27% no Nordeste. Só a laranja e a banana respondem por 73% da produção brasileira. Mas a laranja não deve fazer parte da câmara da fruticultura. O ministro Roberto Rodrigues propôs a criação de uma câmara setorial específica para a citricultura, que é voltada essencialmente para o processamento industrial e tem forte presença no mercado externo.

A aposta é de que a câmara identifique os principais problemas do setor e proponha ações que possam ser levadas conjuntamente pelo governo e iniciativa privada, com objetivo de aumentar a produção e a participação brasileira no mercado externo.

Segundo o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), o setor movimenta US$ 5,8 bilhões por ano. E o IBGE verificou que o valor bruto da produção foi de R$ 9,6 bilhões em 2002, ou 18% do valor da produção agrícola nacional.

Para o presidente do Ibraf, Moacyr Fernandes, as frutas brasileiras têm boa imagem no exterior por causa do sabor e do aroma. E o Brasil ainda tem a vantagem de produzir frutas tropicais durante todo o ano. Mesmo assim, os problemas são muitos.

Na apresentação que fez durante a instalação da Câmara, Fernandes apontou a carga tributária, as dificuldades de financiamento, a falta de organização do produtor para comercialização, a falta de marcas conhecidas no exterior e as dificuldades para superar as barreiras fitossanitárias impostas por países importadores como os principais problemas do setor.

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