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Câmbio e preço do milho deixam mercado interno mais atrativo

A queda do preço internacional do milho pode desestimular as exportações


A valorização do real e a queda do preço internacional e da cotação interna do milho podem desestimular as exportações do cereal. As negociações para venda estão praticamente paradas e há quem diga ser difícil "formar o preço no porto". Com isso, fica mais atrativo vender o grão no Brasil que no exterior.

Aliado a estes fatores, há ainda a entrada da safrinha - cerca de um quarto já foi colhida - e os estoques altos de grandes compradores, como Irã, Espanha e Coréia do Sul. Com isso, nos últimos 15 dias, as cotações em Paranaguá (PR) caíram até R$ 1,50 por saca - dependendo da corretora.

"Ainda não sabemos se esse movimento vai se manter. Tudo vai depender do impacto da quebra no milho safrinha no oeste do Paraná por conta da geada", disse Stéfano Passinato, analista de mercado da Agência Rural. De acordo com dados preliminares do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Paraná (Seab) a previsão é de uma quebra de 13,6% por conta da geada no Oeste e da estiagem no Norte do Paraná. Mesmo assim, as 5,16 milhões de toneladas de safrinha que devem ser colhidas representam um avanço de 27% sobre os volumes do ciclo anterior.

Segundo o analista Carlos Cogo, da Cogo Consultoria Agroeconômica, em janeiro, o preço do porto dava uma liquidação no interior do Paraná a R$ 15 a saca. Atualmente fica próximo a R$ 13 a saca, ou seja, abaixo do que é praticado no mercado interno - entre R$ 14 e R$ 14,50 a saca. "Isso pode desestimular a exportação", avalia. De acordo com ele, talvez seja necessária a intervenção do governo para que o País exporte pelo menos 7 milhões de toneladas - anteriormente havia quem previa 10 milhões de toneladas. Mesmo com o embarque deste volume, o estoque final ficará equivalente a 70 dias de consumo, ou seja, alto.

Por enquanto, os embarques por Paranaguá, que responde por 80% das exportações nacionais, continuam em ritmo forte. Em julho - até o último dia 17, o porto embarcou 253,7 mil toneladas, o que representou 72,1% do total movimentado em junho. Ontem, seis navios aguardavam ao largo para receber mais 253,7 mil toneladas. No primeiro semestre, a exportação de milho pelo terminal alcançou 2,9 milhões de toneladas, volume 37% superior ao mesmo período de 2006. Segundo o analista Paulo Molinari, da Safras & Mercado, parte dos embarques observados atualmente são de tradings que trazem o produto do Centro-Oeste, onde há subsídio do governo para o escoamento.

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