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CAMPO REAGE: Imposto sobre riqueza é “enganoso”

Na Argentina, a pressão tributária é a que mais cresceu no mundo


Foto: Pixabay

As entidades representativas do agronegócio começam a se posicionar de forma contrária e contundente contra o imposto sobre a riqueza que o governo argentino quer impor no país vizinho. O presidente da Coninagro (Confederação Intercooperativa Agropecuária) da Argentina, Carlos Iannizzotto, afirmou que “é enganoso que se denomine ‘Contribuição de Solidariedade’”. 

“Na realidade é um tributo, e mais especificamente um imposto. Aqui não há consenso nem métodos claros, então as ‘estradas’ começam a ser ‘estreitas, pedregosas e íngremes’”, denuncia o dirigente rural em comunicado oficial da Coninagro.

“As situações complexas se enfrentam com uma perspectiva abrangente. Para famílias, indivíduos e PMEs [pequenas e médias empresas] que se encontram em situação extrema, devemos ajudá-los claramente, mas com emprego. Na Argentina, a pressão tributária é a que mais cresceu no mundo até agora no século 21, ou seja, nos últimos 20 anos enfrentamos um processo de condições de produção mais complexas”, justificou Iannizzotto.

Nesse sentido, ele exemplificou: “Se há pessoas que investiram em maquinários, inovação e tecnologia, não são pessoas ricas no conceito sócio-ideológico, mas são pessoas ou empresas que buscam promover uma alimentação saudável e sustentável. O imposto atinge muitas pequenas e médias empresas e produtores”.

“A visão política da Coninagro é que o Estado incentive quem investe e produz, tentando saldar nossa dívida externa e buscando uma base sólida nos diversos níveis, a partir do potencial das economias regionais, junto com pequenos e médios produtores, industrializar e comercializar com um Estado que apoia a atividade privada e as PMEs. Precisamos que as políticas de Estado sejam consensuais, porque quando há consenso aí sim surge a solidariedade”, acrescentou.

“Somos a favor de dar um contributo único, especial e solidário perante um quadro emergencial. O que pedimos é que seja pactuado, porque os nossos produtores também estão no universo dos afetados pela crise, pelo que a intenção é que seja revista a forma como o setor produtivo é considerado e que seja analisada na lei”, sustenta o dirigente.

“A Argentina tem uma pressão tributária muito alta sobre quem investe e produz, por exemplo, é o segundo país com maior pressão tributária sobre as empresas, e embora esse imposto incida sobre pessoas físicas, todos sabemos que no campo da produção agrícola muitos campos produtivos estão em nomes de indivíduos e em sucessões indivisas”, conclui Iannizzotto.

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