Por combinar fatores favoráveis de clima e relevo, o Cerrado passou a ser o principal foco para a expansão da cana-de-açúcar, inclusive com previsão legal no zoneamento agroecológico da União. Um estudo elaborado pela Conservação Internacional, organização não-governamental voltada ao meio ambiente, mostra que essa expansão pode ser desastrosa para o bioma. Duas grandes áreas em Goiás foram mapeadas como atrativas para dezenas das 615 usinas de álcool previstas no País até 2025. Uma dessas áreas, ao norte do Estado, tem 12% de cobertura vegetal. A outra, no sudoeste, tem apenas 5% de cobertura nativa. Em nenhuma das duas há unidades de conservação que assegurem a preservação da mata nativa.
Ainda conforme o estudo da Conservação Internacional, a área ao norte do Estado já tem 75% de uso intensivo do solo. O restante depende de proteção e restauração. O secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Roberto Freire, reconhece que o zoneamento ecológico-econômico ainda não tem “pontos práticos”. A instalação de novas usinas de álcool em Goiás, segundo ele, segue regras definidas em uma instrução normativa de 2007.
