Carbono capturado vai virar roupas de grife

A Inditex, empresa dona da Zara - marca de roupas mais vendida no mundo -, fechou acordo com a LanzaTech para a produção de peças de vestuário com tecidos feitos de dióxido de carbono captado nas chaminés das siderúrgicas industriais. Nos últimos meses, a produção de aço tem estado sob o escrutínio da sociedade por ser considerada uma das indústrias mais intensivas em carbono. 

A LanzaTech desenvolveu um processo biológico para converter o dióxido de carbono gerado em processos industriais, que de outra forma seria emitido para a atmosfera, em bioetanol por meio de um processo de fermentação, semelhante ao da produção de cerveja ou vinho. Esse álcool, batizado pela LanzaTech como Lanzanol, será utilizado pela empresa India Glycols Limited para a produção de monoetilenoglicol de baixo carbono. O polímero verde será então convertido em um fio de poliéster de baixo carbono pela Far Eastern New Century (FENC). 

Por fim, a Zara usará esse tecido para fazer as roupas de sua nova coleção Capsule de vestidos de festa. "Estamos muito entusiasmados com esta colaboração com a Inditex e a Zara, que traz moda feita a partir de emissões de carbono residuais para o mercado", disse Jennifer Holmgren, CEO da LanzaTech. 

"LanzaTech tem a tecnologia que pode ajudar as marcas de moda e varejistas a limitar sua pegada de carbono", disse Holmgren. "Ao trabalhar com a Zara, descobrimos uma nova maneira de reciclar as emissões de carbono para fazer tecidos." 

Além das emissões industriais, a LanzaTech converte diferentes matérias-primas, incluindo resíduos agrícolas ou domésticos, em etanol por meio de um processo de fermentação muito semelhante à cerveja ou vinho, usando apenas resíduos de carbono de açúcares e micróbios, em local de levedura.