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Cargill investe em terminal no porto de Santarém



O terminal graneleiro da Cargill, no porto de Santarém, oeste do Pará, terá o início das obras em água, em junho, que compreendem a construção de uma ponte de acesso com 350 metros de extensão e um píer com berços para navios de longo curso, do tipo Panamax, e para comboios fluviais. As obras terrestres (armazéns, silos e escritórios) estão mais adiantadas. A previsão é que todo o complexo esteja finalizado em maio de 2003 e em junho seja feito o primeiro embarque de grãos rumo aos mercados internacionais. Hoje, o porto movimenta em média 350 mil toneladas anuais; Com o novo píer, a expectativa é chegar a 800 mil toneladas em médio prazo. Este é o primeiro terminal da Cargill, empresa norte-americana que atua há 35 anos na região Norte do Brasil.

Menos 1,7 mil quilômetros

O porto tem uma localização estratégica. Poderá receber os produtos do Centro-Oeste, enviá-los aos mercados internacionais pelo rio Amazonas, seguindo ao norte até a costa do Amapá, com uma redução de custos considerável em relação a Paranaguá e Santos. A distância diminuiria cerca de 1,7 mil quilômetros.A Cargill tem um outro terminal próximo ao Pará, que fica no complexo portuário da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em Ponta da Madeira, no Maranhão, na região Nordeste. Nesse caso, as duas empresas fizeram uma parceria. Diferentemente do empreendimento no porto de Santarém, sobre o qual foi firmado um contrato de arrendamento.

Em todo o Brasil

Segundo Hermes Anghinoni, diretor da área de portos da Cargill, a empresa tem hoje dois terminais próprios no porto de Paranaguá e três em Santos. Ele acredita que com o terminal de Santarém pronto, poderão dizer que onde existe fluxo de soja no Brasil a empresa estará presente.

O terminal de Santarém - uma área de 45 mil metros quadrados - foi arrendado para a Cargill pela Companhia Docas do Pará (CDP), administradora do porto. A Cargill, que teve um faturamento em 2001 de R$ 6,8 bilhões, no Brasil, fez um investimento de aproximadamente R$ 50 milhões, além do pagamento de R$ 8,5 mil por mês pelo arrendamento e mais US$ 0,85 centavos por tonelada movimentada. O contrato tem prazo de 25 anos renováveis.

Critérios diferentes

Numa primeira fase, o terminal de Santarém vai receber a produção do noroeste do Mato Grosso, calculada em 300 mil toneladas ano. A carga será transportada pela BR-364 até Porto Velho (RO), onde pegará a hidrovia Madeira-Amazonas e seguirá com destino a Santarém em comboios fluviais. No porto de Santarém, será feito o transbordo para os navios cargueiros que seguirão cerca de mil quilômetros pela barra norte do rio Amazonas até alcançar o oceano pela costa do Amapá.

Três milhões de toneladas

Além deste modal, uma pequena parte da produção do norte de Mato Grosso sairá pela BR-163, a rodovia Cuiabá-Santarém, até o porto de Santarém. De lá, os produtos seguirão para o exterior. Como essa estrada ainda está com muitos trechos restritivos ao tráfego, segundo Menezes, na fase inicial das atividades do terminal só será movimentada uma parcela dos grãos do norte do Mato Grosso. Anualmente, a produção dessa região chega a três milhões de toneladas, diz o diretor da CDP. A intenção é que o terminal impulsione as obras de recuperação da BR-163, criando um corredor de cargas. "A importância desse empreendimento é que estamos ao mesmo tempo inovando a logística da soja produzida no norte da região Centro-Oeste e incentivando a produção dela no Pará", afirma Anghinoni.

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