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Carne suína: receita de exportação mineira aumenta 67%

Estado foi beneficiado pelo embargo da Rússia aos Estados Unidos


A receita das exportações mineiras de carne suína, no período de janeiro a julho, aumentou quase 67%. O valor alcançado com a comercialização do produto no exterior foi de US$ 61,4 milhões, na comparação com a cifra de US$ 36,8 milhões do mesmo período de 2008, informa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). De acordo com a Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura de Minas, que analisou os dados, foi expressivo também o aumento do volume embarcado, superior a 62% em relação à quantidade registrada no acumulado de janeiro a julho do ano passado. Foram 27,7 mil toneladas, contra 17,1 mil toneladas no mesmo período de 2008

Para o superintendente João Ricardo Albanez, os resultados positivos da comercialização da carne suína no exterior devem ser atribuídos principalmente à retomada dos negócios com a Rússia. O período de restrição, de um ano e meio, terminou no primeiro semestre de 2008. Albanez observa que, após a reabertura do mercado russo para o Brasil, o embargo foi mantido para os Estados Unidos e o espaço que os norte-americanos perderam temporariamente foi ocupado, em parte, inclusive pelo produto das granjas mineiras, sendo a Rússia o maior comprador. Aquele país adquiriu, de janeiro a julho deste ano, cerca de 20,4 mil toneladas, ou quase 74% do volume total exportado por Minas, gerando 90% da receita obtida pelo Estado com a comercialização da carne suína no mercado internacional.

“Esses números foram alcançados num período ainda marcado pelos reflexos da crise econômica mundial”, diz o superintendente. “Além disso, um pequeno aumento do preço médio da carne suína no exterior contribuiu para os bons resultados das exportações. No período analisado, a cotação média teve uma variação positiva de 3,3%, alcançando US$ 2,2 mil por tonelada.”

Sétimo mês

O superintendente ainda ressalta os números alcançados em julho deste ano pelas exportações mineiras do segmento, confrontados com o mesmo mês de 2008. “A receita teve uma elevação da ordem de 126%. Foi registrada uma cifra da ordem de US$ 12,7 milhões na comparação com os US$ 5,7 milhões alcançados em julho do ano passado”, diz Albanez. Nesse caso, ele explica, deve-se considerar que no período anterior ainda não havia os obstáculos da crise econômica, que seria deflagrada a partir de setembro nos Estados Unidos.

“Além disso, não havia surgido em julho de 2008 a nova gripe (Influenza A H1N1), que deixou inicialmente os produtores com a preocupação de ocorrência de reflexos negativos no consumo de carne no mercado externo, embora não exista a relação entre a ingestão do produto e o registro da doença”, explica Albanez.


Mercado interno

Apesar dos números registrados alcançados pela carne suína de Minas Gerais no mercado externo, os produtores consideram que a situação no mercado interno atualmente passa por dificuldades. Segundo o presidente da Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (Asemg), João Bosco Martins, os problemas que o setor enfrenta não estão vinculados à ocorrência da Influenza A H1N1. Ele esclarece que as vendas de carne suína aumentaram no mercado interno desde outubro de 2008, mas a produção aumentou mais que a demanda e a situação de oferta excessiva prevalece.

Martins informa que, nos últimos sete meses, os pequenos produtores de suínos tiveram que fazer um grande esforço para obter receita um pouco superior ao custo de produção, da ordem de R$ 2,60 o quilo, e uma parte alcançou apenas o equilíbrio das contas por causa do alto custo da ração. Ele diz que uma saída para os produtores é trabalhar para melhorar o índice de produtividade nas granjas.

Sobre as exportações, Martins observa que o quilo de carne no mercado interno fica em torno de R$ 2,50, enquanto no mercado internacional passa de R$ 4,00. Esse cenário, segundo o dirigente, mostra que é economicamente viável investir no mercado externo em 2009. De acordo com suas estimativas, o Brasil vai comercializar 620 mil toneladas de carne suína. Segundo ele, as exportações mineiras do produto devem manter o crescimento até dezembro.

A indústria que mais exporta carne suína de Minas Gerais é a Sadia, de Uberlândia (Triângulo), vindo em seguida a Saudali, de Ponte Nova (Zona da Mata), e a Pif Paf, de Patrocínio (Alto Paranaíba). As informações são da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.

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