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Catarinenses defendem código florestal em Brasília

CNA reúne 24 mil produtores em ato púbico pela aprovação da nova lei


CNA reúne 24 mil produtores em ato púbico pela aprovação da nova lei

A terça-feira, 05 de abril, foi diferente em Brasília. Missa campal, carreteiro gaúcho servido em frente a Esplanada dos Ministérios e mais de 400 ônibus de todas as regiões do País. Foi assim que iniciou o ato pela aprovação do novo Código Florestal brasileiro, que reuniu mais de 24 mil produtores de todos os Estados. De Santa Catarina, uma centena de produtores e líderes rurais catarinenses, sob coordenação da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), participaram da mobilização.

O principal motivo do grande encontro dos produtores é pressionar os parlamentares para que votem o Projeto de Lei que atualiza o Código Florestal brasileiro, criado em 1965. Se as alterações forem aprovadas, está garantida a consolidação das atuais áreas de produção agropecuária com preservação ambiental.

O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, enfatiza que a união dos produtores de todo o Brasil nunca foi tão importante. “Devemos mostrar aos parlamentares e para toda a sociedade a necessidade da urgência da modernização do Código Florestal brasileiro, pois quando foi criado era uma realidade diferente. Agora, o Brasil é um dos maiores exportadores de alimentos do mundo e a legislação precisa ser transformada”, acrescentou.

MOBILIZAÇÃO

A execução do hino nacional e o toque de berrantes deram início ao ato. Logo após, centenas de autoridades participaram da missa campal, celebrada na Esplanada dos Ministérios. A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, chamou a atenção para o potencial produtivo do Brasil e a crescente demanda mundial por comida. “Senhor, não permita que a humanidade, carente de alimentos em abundância e a custos acessíveis, fique privada da grande capacidade produtiva do Brasil”, afirmou a presidente ao ler o credo, no momento da “Oração da Assembleia”. Durante a missa, a presidente da CNA pediu, ainda, o fim do impasse que envolve a modernização da legislação ambiental, entraves que prejudicam a economia brasileira.

Na hora do almoço, para preparar o tradicional prato da região Sul do País, arroz carreteiro, foram necessários 1.300 quilos de arroz e 2.300 quilos de charque e carne bovina, principais ingredientes. O experiente cozinheiro gaúcho com 28 anos de profissão, Erli Nunes Francisco, coordenou a grande operação.

À tarde, lideranças da Frente Parlamentar da Agropecuária no Congresso Nacional e representantes dos produtores rurais foram recebidos pelo presidente da Câmara dos Deputados, deputado Marco Maia (PT-RS) e também visitaram os gabinetes de deputados para pedir apoio. A presidente da CNA aproveitou para ressaltar a importância dos parlamentares no momento de discussão da proposta do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que deverá ser votada nos próximos dias. “A primeira versão do código é de 1965 e, apesar das várias modificações feitas nos últimos anos, a legislação está ultrapassada e não reflete a realidade atual da agropecuária brasileira”, salientou a senadora.

DEBATE

As dificuldades impostas pela legislação ambiental vigente decorrem do caráter federal da lei, aplicada da mesma forma em todas as macrorregiões brasileiras. Segundo o presidente da Faesc, essa condição tornou a norma inócua e inaplicável, na prática. Estudo da Embrapa revela que 71% do país estariam comprometidos com áreas de reserva legal, APPs, unidades de conservação e terras indígenas se a legislação ambiental fosse cumprida na íntegra, restando 29% para a produção agropecuária e outras atividades econômicas, além das cidades e da infraestrutura.

Santa Catarina tem o seu próprio código ambiental, aprovado em 2009. Pedrozo explica que a lei catarinense descriminalizou a conduta de famílias rurais que apenas produziam, mas a aplicação da atual legislação ambiental federal colocava na ilegalidade 40% dos produtores de suínos e aves e 60% dos produtores de leite de Santa Catarina.

A Faesc entende que a elaboração de normas ambientais deve ser balizada por conclusões científicas e não por orientação ideológica. Exemplo marcante, nesse aspecto, é o tamanho da mata ciliar para fins de área de preservação permanente (APP) que, de acordo com conclusões científicas, deve ser definida conforme a declividade, profundidade e textura dos solos e não pela largura dos rios e riachos como determina a lei federal. Por isso, defende que cabe à União definir os preceitos genéricos, mas os Estados devem elaborar leis para atender a suas peculiaridades.

As informações são da assessoria de imprensa da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc).

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