Após ser arrendada pela trading ORF do Brasil em setembro, a Cooperativa Central dos Produtores de Leite (CCPL), do Rio de Janeiro, retomou na sexta-feira suas atividades com a produção de lácteos. No primeiro dia da administração, a empresa processou 80 mil litros de leite em sua unidade industrial localizada em São Gonçalo, município da Baixada Fluminense, a oito quilômetros de Niterói (RJ).
"A demanda pelos produtos CCPL foi ainda maior que esperávamos", diz Orlando Ferri, diretor-presidente da ORF. A produção atual da CCPL é composta por leite longa vida e pasteurizado, requeijão, manteiga e queijo tipo minas.
Início antecipado
Após estar paralisada por praticamente cinco meses - entre abril e agosto, após sérios problemas financeiros -, a CCPL foi arrendada no final de agosto pela ORF do Brasil por R$ 30 milhões, valor que incluiu o passivo da cooperativa, de R$ 20 milhões. Segundo Ferri, o fornecimento de leite é feito de produtores cooperados localizados em praticamente todo o estado do Rio de Janeiro.
Com o negócio fechado, Ferri assumiu a nova empresa constituída, a CCPL Alimentos S.A., em 20 de setembro e a expectativa inicial era de que entre 60 ou 90 dias as atividades fossem retomadas. "Conseguimos nos antecipar e em menos de trinta dias voltamos ao mercado", afirma Ferri.
O negócio entre a cooperativa e a trading envolveu o arrendamento da fábrica e das 15 unidades de captação de leite espalhadas em todo o estado do Rio, além da marca CCPL. Hoje, 150 funcionários da nova empresa já estão em atividade.
Além do mercado de lácteos, a empresa decidiu diversificar suas atividades e vai lançar produtos como café, guaraná (energético), chá gelado e barra de cereais, com empresas terceirizadas ou joint ventures. "Todos produtos terão nossa marca, que é tradicional no mercado varejista carioca."
Maior participação
A cooperativa carioca nasceu em 1945 no bairro de Benfica, localizado na zona norte da cidade do Rio de Janeiro - então capital do Brasil -, e se tornou uma das maiores cooperativas centrais de leite do País. A empresa, com sua marca CCPL, chegou a processar por dia 2 milhões de litros de leite. A expectativa agora é de que o processamento atinja 350 mil litros de leite diários. "Inicialmente, prevíamos algo em torno de 150 mil litros, revisamos a meta."
Entre os anos 70 e 80, segundo informa Ferri, a marca era a mais vendida no mercado carioca, com cerca de 70% de participação em produtos lácteos. A expectativa do empresário é de que a marca volte a brigar pelas primeiras posições em laticínios. "Hoje, quem domina o mercado do Rio são as marcas Parmalat e Elegê", afirma.
O faturamento previsto pela empresa é de algo entre R$ 5 milhões e R$ 8 milhões em 2003.
Conteúdo exclusivo para Cadastrados
Se você tem cadastro no Agrolink, faça seu login ou faça cadastro no Agrolink de forma GRATUÍTA
e tenha acesso aos conteúdos do site.
Não tem conta? Cadastre-se aqui