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CEEMA - Mercado do Trigo

CEEMA - Mercado do Trigo


As cotações do trigo em Chicago voltaram a recuar em boa parte desta semana, chegando a US$ 4,45/bushel no dia 28/03, véspera dos relatórios do USDA. Mesmo com a intenção de plantio apontando um aumento de área de 3% sobre o ano anterior, as cotações em Chicago, na quinta-feira (29) subiram, fechando o dia em US$ 4,51/bushel (uma semana antes elas estavam em US$ 4,55). Ajudou a este movimento contraditório o fato de que os estoques trimestrais de trigo, na posição 1º de março, terem sido reduzidos em 10% sobre igual momento do ano passado. Com isso, os mesmos atingem a 40,5 milhões de toneladas naquela data. Além disso, a pressão altista da soja e do milho puxou igualmente o trigo, pelo menos nesta quinta-feira (29/03).

 

Dito isso, a semana trabalhou pressionada pelas recentes chuvas que ocorreram nas regiões produtoras dos EUA, favorecendo as lavouras de trigo que vinham sofrendo com a seca. Ao mesmo tempo, a fraca demanda pelo trigo dos EUA, no mercado internacional, ajudou a completar o quadro baixista até o anúncio do relatório de intenção de plantio.

 

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação viu seu preço subir e se estabelecer entre US$ 190,00 e US$ 240,00. Especialmente na Argentina, onde a mesma não ultrapassava a US$ 200,00 até a semana anterior, agora atinge os US$ 240,00 em diferentes portos de embarque.

 

Aqui no Brasil o preço continuou melhorando, mesmo que lentamente. A média gaúcha no balcão subiu para R$ 32,77/saco, contra R$ 28,18 um ano antes nesta mesma época. Ou seja, assim como o milho e a soja, o trigo também registra melhoria nos preços neste final de março. O ganho nominal, em relação ao ano passado, é de 16,3%, ou seja, de R$ 4,59/saco. No Paraná, o balcão passou a valer entre R$ 34,00 e R$ 37,00/saco e em Santa Catarina entre R$ 32,00 e R$ 35,00. Já nos lotes, o Rio Grande do Sul fecha o mês de março em R$ 36,00, enquanto o Paraná registra valores entre R$ 42,00 e R$ 43,20/saco. Santa Catarina, por sua vez, registra R$ 37,20/saco nos lotes.

 

Este avanço nos preços tem como motivo, além da pouca oferta local devido a frustração do ano passado, a nova desvalorização do Real que, nesta semana, voltou à casa dos R$ 3,32 em alguns momentos. Como já alertamos diversas vezes, um câmbio acima de R$ 3,30 tende a valorizar o trigo nacional, pois deixa as importações mais caras.

 

Soma-se a isso o fato de que a logística brasileira não é suficiente para dar conta das safras de verão e inverno ao mesmo tempo. Como as atenções estão voltadas para a colheita de verão, o custo do frete sobe atingindo os negócios com os produtos de inverno igualmente. Por fim, alguns moinhos voltaram às compras neste final de março.

 

Pelo lado externo, houve o encarecimento da tonelada exportada pela Argentina, com a mesma ganhando US$ 40,00 nos últimos dias. Como o Brasil importa cerca de 90% de suas comrpas externas de trigo do vizinho país, tal alta favorece a recuperação dos preços do cereal brasileiro, especialmente o de qualidade superior que está muito escasso. Dito de outra maneira, a importação de trigo ficou mais cara e a demanda nacional passou a buscar o pouco que resta do produto interno, confirmando a tendência apontada há algumas semanas.

 

Assim, caso os preços na Argentina não baixem e o câmbio no Brasil permaneça acima dos R$ 3,30 por dólar é possível que o cereal brasileiro continue sendo mais valorizado nas próximas semanas. Obviamente, muito deste comportamento irá depender de as cotações em Chicago não recuarem mais do que os níveis atingidos neste final de março.

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