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Centro estimula o protagonismo juvenil e sucessão no meio rural

O programa tem parceria de instituições públicas, privadas e organismos do terceiro setor


O programa tem parceria de instituições públicas, privadas e organismos do terceiro setor

Desenvolver ações que favoreçam a permanência do jovem na propriedade, com trabalho, renda e cidadania. Esse é o principal objetivo do programa Jovem Rural, uma iniciativa da Ceplac, que visa ainda a formação de sucessores nos empreendimentos rurais familiares. O programa tem parceria de instituições públicas, privadas e organismos do terceiro setor, a exemplo de Senar/Faeb, MDA, Banco do Nordeste, IF Baiano, Sindicato de Produtores Rurais, Sindicato de Trabalhadores Rurais, Prefeitura Municipal e Mars Cacau.


De acordo com o chefe do Centro de Extensão (Cenex) da Ceplac, o engenheiro agrônomo Sérgio Murilo de Menezes, a Ceplac tem atuado na perspectiva do fortalecimento da agricultura familiar, com especial atenção à questão da sucessão rural, de modo a desestimular o movimento migratório para os centros urbanos. “Temos estimulado a constituição de empreendimentos produtivos por jovens rurais. Uma das ações é a formação de jovens em organização social e produtiva, através do curso Jovem Empreendedor Rural”, observa o dirigente.

De acordo com a agente de atividades agropecuárias Celia Watanabe, que coordena a equipe da Agricultura Familiar do Cenex, o longo histórico de ausência de investimentos públicos no atendimento básico, infraestrutura e lazer na zona rural, bem como em políticas públicas para o segmento juvenil, associado ao preconceito urbano/rural, estão entre as principais causas do êxodo de jovens, que passam a viver nos centros urbanos em busca de dias melhores e de oportunidades inexistentes em suas comunidades e municípios de origem.

“São questões que apontam a ampliação das perspectivas de trabalho e renda para jovens filhos de agricultores familiares como um dos maiores desafios para o campo brasileiro”, diz. Os jovens rurais também convivem em ambiente familiar de tensão e conflitos, especialmente porque encontram resistência dos mais velhos aos seus conhecimentos. “É comum ouvir relatos de jovens rurais sobre a dificuldade em fazer com que suas famílias considerem seus aprendizados em novas tecnologias e práticas agrícolas”.

Outro problema comum é a distinção de atividades para homens e mulheres, tornando a jovem do sexo feminino ainda mais vulnerável. Murilo observa, porém, que mesmo recente, o acolhimento de jovens rurais enquanto demandantes de atenções, políticas e ações específicas já é uma realidade. Do mesmo modo, afirma, a organização juvenil vem ganhando destaque com suas bandeiras específicas nas duas últimas décadas.

Oitava turma
O curso Jovem Empreendedor Rural, que está sendo realizado essa semana no município de Barro Preto, está formando sua oitava turma. Desde 2005, quando formou a primeira turma em Mutuípe – que também recebeu a última turma, em 2012 –, o curso já foi realizado em Amargosa, Valença e Uruçuca (três vezes). Com a turma dessa semana, em Barro Preto (34 alunos) serão 353 jovens formados.


Os temas são definidos de forma a abranger conteúdos consonantes com a realidade da agricultura familiar na região cacaueira, considerando a diversidade agropecuária, as questões ambientais, climáticas, tendências de mercado, verticalização da produção, entre outras. “Procuramos associar teoria e prática, discutir as políticas públicas no contexto do desenvolvimento rural sustentável, as dificuldades enfrentadas pela juventude no campo e a questão da sucessão rural”, observa Watanabe.

Os objetivos são potencializar a ação produtiva de jovens rurais, filhos de agricultores familiares, combinando ações de formação e assistência técnica; favorecer o desenvolvimento de projetos produtivos protagonizado por jovens agricultores familiares; gerar emprego e renda, garantir condições de permanência do jovem no campo, contribuindo com o processo da sucessão rural; e proporcionar acesso a financiamentos do Pronaf Jovem e outros junto a instituições finance iras.

Os alunos têm intercâmbio de experiências com visitas técnicas ou painéis com convidados, informações sobre casos exitosos de organização social e acesso às políticas públicas e programas governamentais. As aulas são ministradas por técnicos e pesquisadores da Ceplac e das organizações parceiras, convidados e representantes de organizações territoriais da agricultura familiar.

A estratégia formativa de estimular que os jovens elaborem e executem projetos produtivos nas propriedades de suas famílias ou iniciem novos empreendimentos rurais tem sido validada na medida em que os primeiros resultados já começam a surgir. “É importante frisar que as equipes locais de extensão rural da Ceplac acompanham todo o processo desde a seleção dos jovens. Durante e após o curso, dialogam com os mesmos e com suas famílias, garantindo um acompanhamento técnico pós-curso, inclusive para fins de acesso ao crédito do Pronaf Jovem”, reforça Celia Watanabe.

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