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Cerca de 20% dos produtores desistem do seguro rural

A renegociação das dívidas atrasa a liberação dos recursos para o seguro


Renegociação de dívidas atrasa a liberação dos recursos para garantir produção. Cerca de 20% do número estimado de produtores rurais que pretendiam contratar a proteção, desistiram de assegurar as lavouras da safra 2006/07. Isso decorre do prolongamento do prazo de renegociação das dívidas que atrasou a liberação dos recursos para o seguro, custeio e investimento. O plantio começou em setembro, mas as operações nas instituições financeiras, sobretudo no Banco do Brasil, começaram a acelerar apenas em outubro com a proximidade da data limite para o término. Além disso, parte dos produtores descapitalizados fez o plantio com a semente sem ser certificada, o que não tem direito ao seguro rural.

"Isso não era esperado, pois a expectativa era de que as renegociações fossem mais rápidas e o produtor pudesse fazer um plano melhor para assegurar a safra’’, declara o diretor comercial da Seguradora Brasileira Rural (SBR), Geraldo Mafra.

Essa situação frustrou as expectativas do governo que esperava liberar R$ 61,9 milhões em subvenções para essa safra. Até agora, as subvenções somam R$ 24,639 milhões. Foram beneficiados 8,199 mil produtores rurais. Em 2005, por conta da crise no campo, o governo conseguiu subsidiar apenas R$ 2 milhões. Com isso, o governo deve liberar subsídios da ordem de R$ 35 milhões a R$ 45 milhões para o ano safra 2006/07, segundo Mafra.

A meta de R$ 61 milhões não deverá mesmo ser alcançada, reconhece Weligton Soares de Almeida, diretor do departamento de Gestão de Risco , da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. "Já contamos com essa possibilidade". Todas as operações realizadas pelas seguradoras no setor agrícola, incluindo as subvenções, somam R$ 74,807 milhões, até novembro. As empresas esperam atingir cerca de R$ 130 milhões nas vendas de apólices no ano safra 2006/07, incluindo os subsídios governamentais. Mas agora, a cifra deve ser de apenas R$ 82 milhões, mas ainda será a maior cifra da história. "Vamos fazer o dobro do maior movimento do seguro agrícola, mesmo com a frustração’’, diz Mafra.

Até agora a SBR contratou R$ 9 milhões em seguro agrícola. A expectativa é chegar aos R$ 10 milhões. A empresa tem um limite de subvenção de R$ 4,4 milhões e já realizou R$ 3,1 milhões.

Lavouras

A procura pelo seguro agrícola é maior entre os plantadores de soja, sobretudo do Centro-Oeste, maior produtor do grão do País. Até o dia 29 de novembro, as seguradoras venderam seguro para 5,587 mil sojicultores. Em média, os subsídios chegaram a R$ 1,269 mil por produtor. A área de soja assegurada por produtor até agora foi de 97,9 hectares, em média, volumes considerados ainda pequenos.

Para o diretor do ministério, os pequenos produtores estão mais interessado no seguro agrícola do que o grande produtor. Isso, porque o produtor pode pegar até R$ 32 mil, o que daria para assegurar uma lavoura de até 2 mil hectares. "Isso significa que os grandes produtores ainda vão contratar ou não estão contratando’’, diz Soares de Almeida.

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