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Cerca de 400 animais serão abatidos em Mato Grosso do Sul

Os abates do plantel dos três municípios foram adiados para depois do Carnaval


Os abates do plantel dos três municípios de Mato Grosso do Sul que registraram atividade viral de aftosa foram adiados para depois do Carnaval. O Governo do Estado ainda está negociando os valores a serem pagos pelos frigoríficos - próximo a R$ 50 a arroba - e os incentivos fiscais. A estimativa é que sejam abatidos animais de 20 propriedades. Toda região tem hoje 150 mil reses. Inicialmente serão abatidos os cerca de 400 animais que registraram atividade viral.

Hoje o governo inicia a vistoria nas fazendas de Japorã, Mundo Novo e Eldorado. Os três municípios tiveram focos de aftosa em setembro de 2005. No entanto, uma sorologia entre o final do ano passado e janeiro deste ano detectou a presença do vírus na região e, por isso, a necessidade de eliminação destes animais. A atividade viral não significa que os bovinos estejam doentes - a vistoria é que determinará, pois pode ser apenas reação à vacina. Os abates são "comerciais" e não sanitários - quando há restrição do consumo desta carne.

Os preços a serem pagos pelos frigoríficos estão próximos aos cobrados no estado - entre R$ 51 e R$ 52 a arroba. Segundo o diretor da AgraFNP, José Vicente Ferraz, o problema verificado em Mato Grosso do Sul não está se refletindo no mercado de boi gordo nacional.

"Queremos minimizar os riscos e voltar o mais rápido possível ao antigo status. Este episódio já está durando muito tempo", diz Roberto Bacha, presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro). O estado pretende recuperar o status de livre de febre aftosa com vacinação em maio, quando a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) se reúne. Ontem, o governo brasileiro enviou oficialmente à OIE relatório com as medidas adotadas, seguindo as recomendações da instituição, e reiterando a solicitação do retorno do status, assim como o reconhecimento de Santa Catarina como livre da doença sem vacinação.

O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrisul), Laucídio Coelho, diz que a intenção é "diminuir a lotação de gado desses municípios". Por isso, a expectativa é que os abates continuem, mesmo depois de eliminados aqueles que tiveram sorologia positiva. Foram recolhidas amostras de 11.449 animais, nas quais 2,7% reagiram ao teste. A maior concentração ocorreu em Japorã, onde o índice foi de 4,9%.

"É uma besteira, pois não há caso clínico. Teria de fazer uma vacinação em massa da região. Não adianta diminuir o número de animais do lado de cá e não do lado de lá (Paraguai)", diz Antenor Nogueira, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Segundo ele, os produtores já foram penalizados com a doença. De acordo com Coelho, paralelamente o governo está implantando um sistema de controle na fronteira.

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