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Certificações de feijão emperram

Maioria das empresas apresenta grãos fora do padrão 1


Falta de padrão, qualidade questionável e dívidas tributárias estão entre os obstáculos para elevar a oferta de feijão certificado no Brasil. Desde o ano passado, quando foi lançado o selo "100% Feijão", apenas quatro empresas foram acreditadas pelo Instituto Tuton, e seus produtos chegaram certificados aos consumidores. As marcas Pé Vermelho e Cemila estão a venda no Paraná. No Rio Grande do Sul, a Cooperativa Agrícola Mista Nova Palma Ltda (Camnpal) comercializa, desde novembro, a Caldo de Ouro, marca para a qual destina 80% das 7,2 mil toneladas de feijão que processa, e a SLC Alimentos com a marca Namorado. Outras 11 empresas já estão autorizadas a usar o selo, mas 35 não têm mínimas condições de serem aceitas. De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro de Feijão e Legumes (Ibrafe), Marcelo Lüders, a grande maioria apresentou produto fora do padrão 1 informado no rótulo. As análises detectaram grãos quebrados, presença de outras culturas e até restos de palha.

Segundo Lüders, em algumas capitais, entre 78% e 80% das amostras apresentaram problemas. E, apesar de um índice inferior, de 60%, Porto Alegre está na lista. Os produtos fora do padrão foram identificados especialmente em mercadinhos de periferia. O executivo lembra que a adesão é voluntária, mas, em sua opinião, os que não se readequarem, serão penalizados com perda de espaço no mercado.

O gerente de Agroindústria da Cooperativa Agrícola Mista Nova Palma Ltda (RS), Laércio Dal Ross, acredita que o selo será um diferencial qualitativo que guiará a escolha na prateleira. "Esse é um diferencial importante no mercado para as empresas que fazem todo um trabalho qualitativo, no nosso caso, desde a assistência técnica no campo."

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