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Chefe-geral da Embrapa Gado de Leite toma posse nesta quinta-feira


A posse oficial do novo Chefe-Geral da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora, MG), Paulo do Carmo Martins, será realizada nesta quinta-feira (03-06). O evento está marcado para as 14h, na sede da instituição, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Além de políticos, são aguardadas diversas autoridades dos setores públicos e privados da cadeia produtiva do leite.

O diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento confirmou presença no evento. Ele estará na Embrapa Gado de Leite a partir das 10h, em reunião com os empregados e dirigentes da instituição.

Paulo do Carmo Martins tem formação acadêmica e prática no agronegócio. Aos 41 anos, Martins é formado em Economia, com mestrado pela Universidade Federal de Viçosa e doutorado em Economia Aplicada pela Esalq/USP. Sua história na Embrapa começou em 1983 quando atuava como bolsista de iniciação científica na Empresa.

Em 1986 e 1987, foi pesquisador da Epamig lotado na Embrapa. Nesta época, foi responsável pela Planilha de custo de produção de leite da Embrapa, uma referência para o estabelecimento do preço do leite no período em que este era administrado pelo Governo Federal.

O novo chefe-geral foi ainda secretário de Agropecuária e Abastecimento de Juiz de Fora entre 1993 e 1996, retornando à Embrapa em 1997. À frente da Secretaria, desenvolveu o Proleite – programa municipal de fomento, assistência técnica e organização dos pequenos produtores. Como pesquisador, além de professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, sempre se dedicou ao estudo das questões econômicas relativas a cadeia produtiva do leite, principalmente no que diz respeito à competitividade.

De acordo com Paulo do Carmo, o grande desafio a frente da Embrapa Gado de Leite, no âmbito interno, é recompor a equipe técnica na proporção em que as aposentadorias ocorrerem, evitando que a carência de pessoal comprometa os trabalhos da Empresa. O segundo desafio é recompor e expandir os recursos disponíveis para a pesquisa. A escassez de recursos tem afetado em muito nossos serviços de pesquisa e difusão de tecnologias.

"Analisando a atuação junto ao segmento produtivo, nós teremos três desafios. O primeiro é se aproximar das cooperativas. Elas vivem um momento de fortalecimento e consolidação e queremos estar próximos delas, atuando em conjunto. Isto fará com que atuemos mais efetivamente junto ao pequeno produtor pois é nas cooperativas que encontramos um percentual significativo de pequenos produtores.

O segundo desafio: iremos intensificar os vínculos que temos com os laticínios em todo o Brasil. Em terceiro lugar, precisamos chegar às regiões onde a produção de leite está crescendo, caso do Centro-oeste e Norte do País" ressalta o novo Chefe-Geral.

Afirma ainda, que além da carência de recursos, temos tido problemas de contigenciamento de orçamento. "O contigenciamento não depende do Chefe-Geral. O que nós esperamos é que a Embrapa consiga colocar a Empresa no mesmo patamar em que hoje se encontram as instituições vinculadas ao CNPq que não enfrentam este problema. Isto é possível e já há uma discussão a respeito ocorrendo no Congresso Nacional.

Com relação especificamente à carência de recursos, nós temos o principal antídoto para enfrentar a crise: a qualidade dos nossos pesquisadores e técnicos. Nosso corpo técnico demonstra muita competência no que diz respeito à captação de recursos, tanto públicos quanto privados. Nosso objetivo é intensificar ainda mais a parceria público X privado".

Paulo do Carmo considera que, nos últimos 15 anos a pesquisa, não só acompanhou como também é responsável pela transformação da pecuária de leite. "A pesquisa vem antes do desenvolvimento, ela é a própria fronteira do conhecimento. Se não houver ninguém pesquisando e gerando tecnologias hoje, daqui a 15 anos não teremos nada de novo na pecuária leiteira nacional. Mas tal transformação não pode ser creditada somente à pesquisa.

O avanço da bovinocultura de leite no País se deve a vários fatores e entre eles está o arrojo do produtor. O pecuarista soube se adaptar aos momentos mais diferentes pelos quais passou a economia brasileira. Outro fator importante no desenvolvimento do setor é a competência da cadeia produtiva que sentiu a mudança de ambiente nos anos 90 e soube se reestruturar. Mas nada disto teria acontecido se não houvesse a ação efetiva da Embrapa, das Universidades e instituições de transferência de tecnologia", comenta o Chefe-Geral.

Para ele o grande desafio de sua gestão será como fazer a tecnologia chegar ao produtor uma vez que a extensão rural está tão fragilizada? Mas, mesmo que a estrutura esteja debilitada, precisamos estar próximos da Emater nos vários Estados onde ela ainda existe, buscando soluções para superar a fragilidade da extensão.

A maior proximidade com os laticínios também aumentará o potencial da Embrapa Gado de Leite de transferir tecnologias já que eles vêm preenchendo a lacuna deixada pela extensão rural estatal finaliza Paulo de Carmo.

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