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Chegam a 60% perdas com lote de sementes estragada no CE

As reclamações em relação à falta de germinação das sementes de milho começaram há cerca de duas semanas


A comprovação da perda foi verificada na própria sede do escritório da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), em Crato, após o plantio de amostras das sementes do lote estragado. O milho foi entregue aos técnicos do órgão pelos agricultores prejudicados. Foram distribuídas no município mais de 14 toneladas de sementes de milho e feijão selecionadas. O Diário do Nordeste, na edição do último dia 3, divulgou, com exclusividade, o problema das sementes estragadas e sem germinar.

Segundo o secretário de Políticas Agrícolas e Agrárias, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Crato, Dalmir Brasil, as reclamações em relação à falta de germinação das sementes de milho começaram há cerca de duas semanas.

A direção do sindicato decidiu ir às localidades primeiro e só depois levar o resultado para a Ematerce. Enquanto isso, alguns agricultores decidiram se dirigir diretamente ao escritório. Segundo Dalmir as localidades mais atingidas são de Baixio das Palmeiras, Dom Quintino e Ponta da Serra. Alguns pequenos produtores chegaram a plantar as sementes de milho híbrido mais de uma vez e o mesmo problema se apresentou. Oito dos agricultores foram à sede da Ematerce dar queixa do problema.

A distribuição das sementes começou no início do mês janeiro, período em que se intensificaram as chuvas. Mais de 30 mil agricultores foram beneficiados em toda a região. Após um período de estiagem, voltou a chover praticamente por todo o mês de fevereiro.

Foi nessa fase, conforme Dalmir Brasil, que os agricultores aproveitaram para plantar as sementes do programa. "Na melhor fase do inverno deste ano, o plantio ficou praticamente perdido para alguns pequenos produtores. A sorte é que a maioria decidiu usar a semente crioula", diz.

Até o momento não se tem idéia de quantos agricultores receberam sementes dos lotes prejudicados. O gerente do escritório em exercício da Ematerce do Crato, José Antônio Moliterno, comunicou ao setor de distribuição de sementes de Fortaleza o problema em dois lotes de milho híbrido. "O importante seria que esse pessoal mais atingido, no momento da constatação da falta de germinação das sementes, tivessem repassado as informações para a Ematerce, responsável pela distribuição", diz o gerente.

O gerente lança como alternativa a distribuição de panfletos informativos para os agricultores durante o período de distribuição de sementes, no próximo ano.

Alternativa

Segundo ele, é uma forma de orientar os pequenos produtores, no sentido de algum problema logo repassar aos locais de recebimento das sementes. No caso dos que perderam, fica difícil contornar a situação, por conta do tempo adiantado das chuvas. A essa altura, acrescenta, o período de plantio passou e não tem como vir novas sementes.

O pequeno produtor rural José Salviano da Silva, do Baixio das Palmeiras, sítio a 11 quilômetros do município de Crato, se diz decepcionado.

Germinação

A informação que ele tinha das sementes de alto poder germinativo não vingou na sua roça. Foram 40 quilos de milho híbrido perdidos, distribuídos em mais de dois hectares. As sementes foram plantadas, conforme o agricultor, no dia 15 de fevereiro, para aproveitar a melhor fase invernosa da região até o momento. "Não foi por falta de chuva. Depois de três plantações é que começou a nascer alguma coisa", diz. Mas as sementes crioulas deram o resultado.

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