China continuará comprando dos EUA, dizem analistas
As tensões entre os Estados Unidos e a China aumentaram recentemente
A China deve continuar comprando soja dos Estados Unidos para ajudar a cobrir a escassez no final deste ano, informou a Bloomberg, citando um consultor agrícola chinês. As plantas de esmagamento precisarão de mais soja, pois a demanda por ração deve crescer com uma recuperação na criação de suínos, disse o Shanghai JC Intelligence Co.
As tensões entre os Estados Unidos e a China aumentaram recentemente em uma série de questões, desde a origem do coronavírus até Hong Kong. Em resposta, o governo chinês ordenou que importadores estatais parassem de comprar alguns produtos agrícolas dos EUA, segundo fontes da Bloomberg.
Nesse cenário, as compras comerciais de produtos agrícolas estão isentas da interrupção e as trituradoras precisarão de mais soja no quarto trimestre e nos primeiros dois meses do próximo ano, geralmente um período de pico para as vendas nos EUA. Além disso, a redução da oferta no Brasil aumentou os prêmios, disse Monica Tu, analista da Shanghai JC Intelligence.
"Os britadores precisarão comprar pelo menos 20 milhões de toneladas para suprir suas necessidades até então, independentemente das compras feitas pelas reservas estaduais", afirmou Tu.
Antes da paralisação das compras estatais, as empresas vinham aumentando as aquisições dos Estados Unidos para cumprir os compromissos do contrato da primeira fase, que exige compras no total de US$ 36,5 bilhões.
Nos Estados Unidos, as compras da China acabaram impulsionando as cotações da Bolsa de Chicago, segundo afirmou a T&F Consultoria Agroeconômica. “O USDA voltou a relatar as vendas de soja americana para destinos desconhecidos (60.000 tons da safra atual e 60.000 tons da safra nova). O mercado especula que foi a China, e novos aumentos de preços foram validados”, informou.