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China pode ampliar mercado de álcool

O Brasil recebeu ontem a primeira missão chinesa, prevista no acordo que assinou com o país asiático em novembro


O Brasil recebeu ontem (11-04) a primeira missão chinesa, prevista no acordo que assinou com o país asiático em novembro do ano passado, quando reconheceu a China como uma economia de mercado. Ontem, técnicos chineses estiveram no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior com o objetivo de conhecer o processo de produção e distribuição do etanol -álcool anidro misturado à gasolina dos automóveis.

Como misturam o etanol à gasolina em 9 das 31 Províncias do país, a China quer conhecer a legislação do Proálcool (Programa Nacional do Álcool), implementado na década de 70, para aumentar a produção e estabelecer regras, baseada na experiência brasileira. De acordo com o secretário da Produção Industrial, Antonio Sérgio Martins Mello, apesar de a visita não resultar em comércio imediato, o Brasil tem interesse em que outros países aumentem o uso do etanol como combustível, para criar mercados futuros para as exportações brasileiras.

"A adesão dos países ao etanol aumenta as chances de transformar o produto em uma commodity cotada em Bolsa", disse o secretário.

O governo que cotar o etanol em Bolsa de mercadorias para garantir preço internacional e mercado ao produto, porque é líder na produção de etanol e possui os preços mais competitivos. "Nenhum país terá confiança em mudar sua matriz energética se houver apenas um fornecedor de etanol no mundo. Por isso, é preciso estimular outros países a produzir", disse o diretor do Departamento da Indústria de Transporte, Paulo Sérgio Bedran.

Atualmente, a China consome 1 bilhão de litros de etanol nas nove Províncias que aderiram ao processo. O Brasil produz 16 bilhões de litros de etanol por ano.

Preço competitivo:

De acordo com o engenheiro chinês Sun Xiaokang, a China tem produzido para consumo interno, mas, por causa do ritmo de crescimento, que tem tido expansão econômica média de 9% ao ano, o país poderá precisar importar o produto, apesar de não haver previsão de quantidade.

O governo brasileiro aposta nos efeitos da aprovação do Protocolo de Kioto, de redução de gases poluentes na atmosfera. O tratado obriga os países signatários a misturar gradativamente o etanol, menos poluente, à gasolina.

"Quanto mais países utilizarem o etanol, melhor para o Brasil, que tem os preços mais competitivos", disse Mello.

O custo de produção do etanol no Brasil, extraído da cana de açúcar, é de US$ 0,20 por litro. A Europa produz o produto a partir do trigo, ao custo de US$ 0,48, e da beterraba, ao custo de US$, 0,52 o litro. Os Estados Unidos e a China produzem etanol a partir do milho, com custos de produção de US$ 0,33 por litro.

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