Chuva atrapalha o desenvolvimento das lavouras de café em MG
Muitos pés já estão na terceira florada e o crescimento desigual dos frutos pode prejudicar a safra
A chuva em quantidade está atrapalhando o desenvolvimento das lavouras de café do sul de Minas Gerais. Muitos pés já estão na terceira florada e o crescimento desigual dos frutos pode prejudicar a safra.
Os frutos já apareceram na fazenda em Alfenas. Mas na maioria dos pés as flores ainda vão abrir. As floradas, que geralmente ocorrem entre agosto e outubro, este ano se estenderam e podem chegar até dezembro.
O fenômeno, que não acontecia há muitos anos, é causado pelo excesso de chuva. “São Pedro realmente não tem ajudado muito a cafeicultura. Na colheita passada atrapalhou a qualidade pelo excesso de chuva. Esse excesso de chuva também vai prejudicar a colheita futura”, disse ao agricultor Oscar Duarte.
Os agrônomos acreditam que desde a década de 80 a situação não é tão atípica como agora. Normalmente, ocorre de uma a duas floradas. Mas na propriedade aconteceram três e a quarta deve florir nos próximos dias.
“A florada ocorreu primeiramente em setembro, dando o fruto. Depois, tivemos outra florada em outubro, com os pequenos frutinhos. Temos aqui florada em andamento e temos as gemas florais, que serão abertas em novembro. Isso dificulta em quantidade e em qualidade a colheita”, explicou o agrônomo Sálvio Gonçalves.
A florada desigual também favorece o ataque da broca e dificulta o monitoramento e o controle da praga, uma das mais comuns dos cafeeiros. O besourinho fica dentro do fruto.
Nesta época do ano a broca adulta fêmea procura os frutos verdes para colocar os ovos. O inseto só deposita de fato os ovos nos meses de janeiro e fevereiro. É por isso que o tratamento deve começar agora. É o que está sendo feito na fazenda em Machado. Os mais de um milhão de pés de café já começaram a ser monitorados.
“A expectativa de safra é boa e a expectativa de qualidade também é boa, desde que a gente faça todos os cuidados, como levantamento, monitoramento e o cuidado com a broca”, disse Djalma José do Espírito, administrador da fazenda.