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Chuva em Mato Grosso já afeta estradas usadas para escoar grãos

O trabalho de retirada dos grãos do campo deve se intensificar nos próximos 15 dias


Os efeitos das chuvas acima da média sobre estradas não pavimentadas em Mato Grosso começa a preocupar o agronegócio do Estado, que vê dificuldades no escoamento da safra 2017/2018. A soja precoce já começa a ser colhida e o trabalho de retirada dos grãos do campo deve se intensificar nos próximos 15 dias.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Antônio Galvan, conta que foram identificados problemas no oeste e nordeste mato-grossenses, com destaque para as rodovias MT-388 e MT-322, onde já há formação de lama e notícias de tombamento de caminhões. "Do fim de 2017 para cá, as chuvas se intensificaram e passamos a cobrar ações do governo estadual. Se nenhuma providência for tomada sobre as estradas, teremos prejuízo com o transporte da safra, cuja colheita deve se intensificar este mês", diz o dirigente.

Antiga BR-080, a rodovia MT-322 sempre foi um trajeto "problemático" para a logística mato-grossense, diz Galvan. No ano passado, motoristas chegaram a ficar até 15 dias para conseguir atravessar um percurso de 274 quilômetros entre as cidades de Matupá (MT) e São José do Xingu (MT).

O representante da Aprosoja-MT acrescenta que houve um crescimento expressivo nas lavouras da região, o que aumenta a possibilidade de problemas nas estradas não pavimentadas.O diretor-executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, que também é presidente da Câmara Setorial de Infraestrutura e Logística do Agronegócio, informa que não existem projetos em andamento para pavimentação da MT-322.

Os municípios no entorno da rodovia começam a colheita em fevereiro.No caso da MT-388, nas imediações de Campos de Júlio (MT), Ferreira afirma que a pavimentação está nos planos da Secretaria de Infraestrutura e Logística do Estado (Sinfra), "mas não estará pronta para atender ao escoamento da colheita desta primeira safra, que começa daqui a 15 dias", diz.

Defesa Civil de MT monitora nove municípios

A Secretaria Adjunta de Proteção e Defesa Civil do Estado, da Casa Civil, monitora nove municípios atingidos pelas fortes chuvas dos últimos dias. Desses, três solicitaram a Decretação de Situação de Emergência. São eles: Poconé, Rondonópolis e Mirassol d´Oeste. A Defesa Civil do Estado acompanha, orienta e homologa as solicitações de Situação de Emergência. A Adjunta também realiza o monitoramento da previsão do tempo para as áreas atingidas pelas chuvas conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O Major BM Maurício Ferreira, que responde provisoriamente pela Secretaria Adjunta da Defesa Civil, relata que em Poconé 10 pontes foram destruídas pelas chuvas. Em Rondonópolis, o excesso de água causou enxurrada e erosão, deixando 10 pessoas desabrigadas. Já em Mirassol ocorreram estragos pela chuva intensa.

Em 2017, 34 municípios de Mato Grosso solicitaram a Decretação de Situação de Emergência. Com o auxílio da Defesa Civil eles requereram um montante de R$ 124.881.351,32 ao Governo Federal por meio do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil para 243 ações e obras de reconstrução. Desse total, foram liberados R$ 63.574.629,33 e mais de R$ 25 milhões ainda estão em análise.

Prevenção

Para inserir as necessidades do município, a solicitação da decretação de situação de emergência e o envio de recursos aos municípios, é preciso que o município possua a da Coordenação Municipal de Proteção e Defesa Civil (Conpedec). Apenas o coordenador desta pode acessar o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil e realizar as ações necessárias.

O secretário-chefe da Casa Civil Max Russi conta que em 2017 foram realizados seis cursos de formação de coordenadores em municípios polo do Estado. São eles: Alta Floresta, São José dos Quatro Marcos, Sinop, Barra do Garças, Juína e Rondonópolis, totalizando 116 pessoas de 31 municípios capacitadas. “Com a formação, o Estado passou em 2017 de 30 para 44 Coordenações Municipais de Proteção e Defesa Civil (Conpedec), e mais 3.530 voluntários foram formados em cursos de Voluntariado em Defesa Civil em oito municípios”.

O Major BM Maurício Ferreira pontua que por muitas vezes os gestores só lembram que precisam da coordenação no momento que o desastre acontece. Por isso, a Defesa realizou o trabalho de formação e prevenção indo até os polos.

O coordenador de preparo e prevenção da Defesa Civil Benedito Gomes conta que as formações já demonstram resultados na prevenção. Pois alguns municípios que receberam formação no último ano já conseguem evitar as situações de emergência. É o caso de Primavera do Leste. O município realizou a limpeza de bocas-de-lobo e bueiros. E em Alta Floresta o município reforçou a estrutura de pontes e vias vicinais. 

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