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Chuva traz prejuízos para soja de MT e GO

Mato Grosso e Goiás já assumem ter prejuízo por conta do excesso de chuvas dos últimos dias


Com cerca de 20% da área de soja colhidos, Mato Grosso e Goiás já assumem ter prejuízo por conta do excesso de chuvas dos últimos dias. O principal problema se refere ao preço pago pelo grão. Está se registrando descontos por conta do alto índice de umidade. Além disso, segundo Eduardo Godoi, da Agrural, o frete fica mais caro ao produtor, pois trata-se de carga com maior índice de água.

A colheita de grãos ardidos (fermentado) ou com alto índice de umidade está sendo relatada desde o dia 5 de fevereiro em Mato Grosso. De acordo com Godoi, não pode se falar em situação generalizada, pois ocorre em algumas regiões e em propriedades, principalmente no Médio Norte de Mato Grosso. "É importante ressaltar que os grãos colhidos até 2 de fevereiro - 13% da área total de Mato Grosso - estão com excelente qualidade", afirma. No entanto, Godoi confirma que o mercado não tem relatado o recebimento de cargas com boa qualidade nos últimos dias.

O sojicultor Argino Bedin, de Sorriso (MT), colheu até agora 5 mil hectares, o equivalente a metade da sua área plantada. Desse total, 34% estão com umidade entre 30% e 60%. "Essa soja ainda pode ser aproveitada para fazer ração. Mas, o mercado está pagando até 50% menos por esse grão", lamenta Bedin. De forma geral, o desconto nos preços varia de acordo com o percentual de umidade. É de 6% no para o caso de soja com 18% umidade, e de 9% para grão com 20%.

Em Goiás os prejuízos são confirmados pelo analista de mercado da Federação da Agricultura do estado (Faeg), Pedro Arantes. "Ainda não conseguimos dimensioná-lo, mas o grão perdeu qualidade e preço no mercado", afirma.

O frete também está onerando o produtor com cargas mais úmidas, ou seja, com maior percentual de água, segundo Godoi, da Agrural. "Uma carga de 40 toneladas de soja com 30% de umidade, equivale, na realidade, a 28 toneladas de soja. O restante é água", Godoi.

De acordo com estimativas da Agrural, o Brasil deverá colher 5,7 milhões de toneladas do grão na safra 2006/07. Apesar das chuvas intensas em algumas regiões, não há previsão de mudança dessa estimativa.

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