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Chuvas aceleram o plantio de grãos em Minas

As chuvas regulares registradas nas últimas semanas foram benéficas para o início da safra 2016/17 de grãos em Minas Gerais


As chuvas regulares registradas nas últimas semanas foram benéficas para o início da safra 2016/17 de grãos em Minas Gerais. Os produtores mineiros estão aproveitando o maior volume pluviométrico para acelerar o plantio. Os trabalhos mais intensos estão na cultura da soja, uma vez que os produtores investem nas variedades precoces, o que permite a implantação da safrinha após a colheita da oleaginosa, que normalmente é de milho, feijão ou sorgo.
 
Para a safra 2016/17, a previsão é colher um volume entre 8,5% e 11,9% superior no Estado. De acordo com os dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Minas Gerais produzirá entre 12,8 milhões e 13,2 milhões de toneladas de grãos.
 
As informações preliminares da Conab sinalizam uma tendência de ampliação de até 5% no plantio de milho na safra de verão, em função da cotação elevada pela baixa oferta do produto. A produção máxima esperada é de 5,1 milhões de toneladas, alta de 1,1%.
No caso da soja, a estimativa inicial é produzir entre 4,43 milhões e 4,58 milhões de toneladas, o que significará queda de 3,1% a 6,3%.
 
De acordo com a coordenadora regional da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), em Uberaba, no Triângulo, Guilhermina Maria Severino, as chuvas mais regulares têm permitido a semeadura da nova safra. No ano passado, o plantio foi tardio, em função da escassez hídrica.
 
“Nas últimas semanas foram registradas chuvas abundantes, o que estimulou o plantio da safra 2016/17 no município. A princípio, o plantio da soja está mais atrativo que o dos demais grãos, pela maior liquidez e pelas oscilações de preços serem menores”, disse.
Guilhermina explica que no município o plantio de milho ainda não deslanchou. Alguns fatores como a concorrência com a soja e a descapitalização dos produtores, que tiveram prejuízos com as perdas provocadas pela estiagem na safrinha do cereal, explicam o ritmo mais lento.
 
“Em conversas com produtores e empresas que negociam sementes foi relatado que o volume de vendas de sementes de milho não cresceu como o esperado. O produtor ainda está cauteloso e esperando melhor definição dos preços no mercado para tomar a decisão. Muitos estão com recursos financeiros limitados para investir. Isto devido à seca que prejudicou a safrinha, período em que os preços do milho e a demanda estavam em alta, o que estimulou o maior plantio e as perdas foram expressivas”, explicou Guilhermina.
 
Em Uberlândia, o plantio da nova safra segue acelerado. De acordo com o engenheiro agrônomo e extensionista da Emater-MG, Carlos Miguel Rodrigues Couto, a maior parte dos produtores vem priorizando o plantio da soja, já pensando na segunda safra, que normalmente é de milho ou sorgo.
 
“Este ano o regime de chuvas está bem generoso, o que tem empolgado os produtores. O plantio da soja segue avançado, abrangendo uma área de 15% a 20% do total a ser semeado”, explicou.
 
A expectativa é de que a produção de soja fique estável em relação à colhida no ano anterior, com o uso de 55 mil hectares e produtividade estimada em 3,2 toneladas por hectare. O uso da variedade precoce é alto por ter a colheita antecipada e gerar maior janela para a segunda safra.
 
Em relação ao milho, o plantio alcança 10% da área destinada ao cultivo. A semeadura está mais lenta, já que os produtores priorizam o plantio da soja. A previsão para o milho também é de manutenção dos números da safra passada, com o uso de 13 mil hectares e produtividade estimada em nove toneladas por hectare.  
 
“As chuvas estão bem distribuídas e, se o clima continuar favorável, caminharemos para um ano safra histórico”, disse Couto.

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