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Chuvas causam perdas em lavouras de Cristalina/GO

Ausência de estio para a colheita faz com que os grãos percam a qualidade na lavoura


Em Cristalina, município do centro–leste goiano, mais de mil produtores de grãos calculam o prejuízo que tiveram com a grande quantidade de chuva na última quinzena. Foram 12 dias de água sem parar, o que impediu a colheita da soja e do feijão. Com o tempo nublado e com a possibilidade de chuva, as colheitadeiras ficam paradas.

Na Fazenda Carrero, por exemplo, a lavoura de 200 hectares de soja foi prejudicada pelo excesso de água.

O presidente da Comissão de Grãos da Faeg, Alécio Maróstica, diz que a máquina não consegue arrancar o pé de soja pois, com a chuva, ele apodrece e deita. A colheitadeira, explica, só consegue retirar e bater as vagens do grão quando a pé está reto. Outro fator que tem atrapalhado a colheita é a umidade do grão da soja, que está acima do ideal, algo em torno de 33 graus.

Pela data, a colheita na fazenda já era para estar concluída, mas, até agora, apenas 30% da lavoura foi colhida. Segundo o produtor Altamir Antônio da Silva, o prejuízo já chega a 10% da produção, mas a perda pode ser ainda maior, se o tempo continuar instável. “Os grãos estão ardidos. Em uma vagem, por exemplo, dos três grãos de soja, apenas um ou dois estão com boa qualidade”, lamenta.

O prejuízo pesa ainda mais no bolso do produtor porque a soja plantada seria vendida como semente. Um investimento de 300 reais a mais por hectare, sem a garantia de que o agricultor terá o retorno esperado.

Feijão
Na Fazenda 2P, do Grupo Trezotto, também em Cristalina, o prejuízo será maior. As perdas chegam a 10% da produção de soja, sem falar na queda da produtividade e da qualidade de feijão. A colheita do feijão de corda já deveria estar concluída há 10 dias, mas a chuva não deixa o trabalho ser realizado.

Cerca de 540 hectares da lavoura já estão condenados e a produtividade deve cair mais de 20 sacas por hectare. O prejuízo se estende com a perda de qualidade do grão. O presidente da Comissão de Grãos da Faeg explica que o consumidor não compra o feijão com baixa qualidade.

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