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Chuvas estão impactando de forma diferente as lavouras

Monitoramento das chuvas e das condições das lavouras


Foto: Pixabay

As chuvas nos últimos 15 dias, vem apresentando um padrão típico de inverno, ou seja, os maiores volumes estão concentrados nas “bordas” do país. As instabilidades tropicais e os ventos oceânicos contribuem para as chuvas volumosas no extremo norte do país. No leste do nordeste, as instabilidades que surgem no meio do Atlântico avançam para a costa levando trazendo chuvas. E no sul foram as frente frias que definiram o padrão das chuvas. 

Entretanto, na parcela central do território nacional, incluindo áreas do sudeste e nordeste, o padrão dominante foi o bloqueio atmosférico. Este bloqueio impede a formação das nuvens carregadas e o avanço das frentes frias que se formam ao sul do país.

Mas ainda assim, em alguns pontos do MS, oeste de SP, MT, sul do PA e centro do MATOPIBA as chuvas registradas nos últimos 15 dias foram superiores à média histórica. Contudo, vale ressaltar que a média histórica nessas áreas são inferiores aos 20 mm.

Essas chuvas em excesso na região sul estão limitando o avanço do plantio do trigo, sobretudo devido a grande quantidade de umidade no solo. Porém, essas chuvas frequentes na região, estão sendo suficientes para infiltrar nas camadas mais profundas do solo o que poderá manter uma boa quantidade de umidade ao longo das próximas semanas. 

Ao longo da semana, as condições hídricas para as lavouras serão favoráveis. O cenário mostra uma melhora para as lavouras da região centro-oeste em relação à semana anterior. Em particular sobre o norte do Goiás e norte de Minas, onde o tempo seco favorece a secagem natural do milho 2ª safra e beneficiará a qualidade das fibras de algodão. 

Com exceção do RS, onde chove ao longo desta semana,  o tempo seco também favorece a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de inverno, além da maturação e da colheita do milho 2ª safra, sem comprometer as lavouras ainda em enchimento de grãos.

Além disso, a umidade no solo será o suficiente para as lavouras de milho 2ª safra ainda em enchimento de grãos, e para o trigo em desenvolvimento, floração e enchimento de grãos no MS.

O que diz a Conab:

Algodão - 7,4% colhido. Em MT, a colheita está em fase inicial e ocorre, principalmente, em regiões onde o solo é mais arenoso e a maturação foi antecipada. Na BA, lavouras de sequeiro seguem em fase de maturação e colheita. As lavouras irrigadas estão em fase de formação de maçãs. No MA, foi iniciada a colheita nas primeiras lavouras semeadas. Em MS, as primeiras lavouras semeadas estão, predominantemente, em fase de maturação e colheita. As lavouras mais tardias encontram-se em fase de formação de maçãs. As condições climáticas são favoráveis à cultura. Em GO, a fase predominante das lavouras é de maturação. A colheita avança em algumas regiões. As lavouras irrigadas encontram-se em fase de formação de maçãs. No PI, a colheita foi iniciada no Sul do estado, sob condições climáticas favoráveis

Milho 2ª Safra - 20,4% colhido. Em MT, a colheita ganha ritmo e alcança 42% da área. As produtividades têm variado em função da época de plantio, mas, no geral, as lavouras têm apresentado bom rendimento. No PR, 75% das lavouras estão com bom desenvolvimento. A colheita ainda é incipiente devido ao atraso do ciclo por conta das baixas temperaturas e do tempo nublado. Em MS, a pouca chuva favoreceu a perda de umidade nas lavouras em maturação. Observa-se o tombamento de plantas, principalmente nas bordaduras, devido ao intenso ataque de cigarrinha. Em GO, o ritmo da colheita reduziu devido a alta umidade dos grãos. As produtividades variam bastante, em função das condições hídricas diversas entre as regiões, com maior rendimento no Sul do estado. Em SP, a colheita está em seu início, com precipitações e tempo nublado prejudicando o avanço dos trabalhos. Em MG, a colheita está no início, com prioridade às áreas próximas de estradas, devido ao risco de incêndio. No TO e Sul do MA, a colheita está em andamento.

Trigo - 63,7% semeado. No RS, a semeadura está lenta devido à alta umidade no solo. As chuvas causaram irregularidades no estande das plantas. A semeadura está mais avançada nas regiões das Missões e Alto Uruguai. No PR, a semeadura avança, principalmente na região Norte, e algumas lavouras estão em fase de floração. As chuvas intensas e geadas de intensidade moderada a baixa atingiram algumas lavouras. Em SC, a semeadura foi favorecida pelas boas condições climáticas e deve se intensificar nos próximos dias. Em MG, as lavouras estão com bom desenvolvimento e as mais avançadas estão em fase de maturação. As lavouras da região Sul tiveram queda no estande devido ao ataque de lagartas. Em GO, a colheita foi iniciada em função da antecipação do ciclo causado pelo estresse hídrico. Em MS, condições climáticas são favoráveis ao desenvolvimento da cultura. Na BA, as lavouras apresentam bom desenvolvimento. Áreas mais adiantadas estão em fase de floração.

Feijão - No PR, a colheita alcança 85% da área. Das lavouras remanescentes, 34% estão em boas condições, 39% em condições regulares e 27% em situação ruim, especialmente em razão das baixas temperaturas e do estresse hídrico registrados em parte do ciclo. Em MG, o clima mais estável permitiu o avanço das operações de colheita, alcançando 68% da área total. Na BA, a colheita foi iniciada nas áreas de feijão-caupi. Os grãos colhidos e as lavouras apresentam efeitos adversos causados pelo estresse hídrico. O feijão-cores, que é manejado sob irrigação, segue em desenvolvimento vegetativo e floração, dispondo de ótimas condições. Em SC, está encerrada a colheita. Ocorreram perdas de qualidade dos grãos, especialmente das lavouras mais tardias, em razão das chuvas ocorridas durante a maturação. Registra-se alguns lotes com alto índice de grãos avariados e brotados em campo

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