A Cia. Iguaçu de Café Solúvel decidiu diversificar mais sua área de atuação e assumiu o controle da empresa Autômatos Industrial S.A., que fabrica máquinas para café e outras bebidas quentes, as chamadas "vending machines". A companhia de café solúvel adquiriu 55,1412% do capital social da Autômatos, por R$ 3,6 milhões.
"Vamos investir inicialmente mais R$ 1 milhão para dobrar a capacidade de produção da fábrica", afirma Rodolfo Seiko Takahashi, vice-presidente da Cia. Iguaçu, empresa com sede no município de Cornélio Procópio (PR).
Atualmente a capacidade de produção da Autômatos oscila em 100 máquinas por mês e a expectativa da Iguaçu com os novos investimentos é dobrar o volume. Já o faturamento também deverá duplicar, de atuais R$ 7 milhões para R$ 14 milhões nos primeiros doze meses de atuação da nova administração, informa Takahashi.
O objetivo principal da companhia é entrar no mercado de café institucional - como por exemplo empresas em geral, hospitais, cozinhas industriais etc. - para a venda de café para o consumidor final. A Autômatos fabrica as "vending machines", ou máquinas para preparar bebidas quentes - cafés, chás, capuccinos, chocolates etc. -, dos mais variados tamanhos, cujos preços variam entre US$ 200 até US$ 2.000.
Antigo controlador
Um grupo de acionistas liderados pelo antigo controlador, Hendrik Jacob Tem Wolde, holandês que está no Brasil há aproximadamente 30 anos, vendeu as ações que garantiram à Iguaçu o controle, segundo informa o vice-presidente. Os demais 45% continuam em poder destes acionistas minoritários. O negócio foi fechado no dia 23 de dezembro de 2002.
O patrimônio líquido da indústria de máquinas em novembro era de R$ 5 milhões e a concretização da negociação ocorreu "após conclusão favorável da ‘due diligence’ e da avaliação econômica", segundo fato relevante encaminhado ontem pela Iguaçu para a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
De acordo com Takahashi, o mercado de "vending machines" cresceu muito nos últimos anos e a expectativa é de que siga esta tendência. "Nos Estados Unidos, Europa e Japão este mercado já está consolidado há muitos anos", informa o vice-presidente.
As máquinas de menor porte têm por objetivo básico substituir garrafas térmicas em empresas, visto que são mais eficientes, econômicas e higiênicas. "Não é segredo algum que o café acondicionado em garrafas térmicas por muitas horas acaba fermentando, o que o torna impróprio para o consumo", afirma Takahashi.
A sede da Autômatos é na cidade de São Paulo e a empresa possui uma filial no Rio de Janeiro.
Terceiro lugar
A Cia. Iguaçu de Café Solúvel, com 35 anos de atuação no mercado, é a terceira maior empresa do setor de café solúvel no Brasil, atrás da Cia. Cacique de Café Solúvel e da Nestlé. A paranaense produziu aproximadamente 14 mil toneladas de café solúvel no ano passado, dos quais 85% tiveram como destino o mercado externo.
O faturamento da Companhia Iguaçu em 2002 deverá ficar praticamente idêntico ao resultado de 2001, que fechou em R$ 212,024 milhões, segundo informações do vice-presidente. "Ou talvez fique um pouquinho acima", diz.
O principal foco de atuação da Iguaçu é o café solúvel, com as marcas Iguaçu e Amigo, mas a empresa também atua no mercado interno com café torrado e moído com as marcas Itália e Seresta.
Paulo Soares