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Citros ameaçados por doenças

Faltam fiscais à Secretaria de Agricultura


Falta de servidores para fiscalizar expõe a produção gaúcha ao cancro cítrico e à pinta preta, que causam prejuízos

Faltam fiscais à Secretaria de Agricultura (Seapa) para garantir que os carregamentos de citros que circulam no Estado fiquem livres de doenças fitossanitárias. A comercialização dessas frutas com talo e folhas é proibida porque facilita a proliferação de duas doenças: a pinta preta, causada pelo fungo Guignardia citricarpa, e o cancro cítrico, decorrente da bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri. No entanto, é comum observar a venda das frutas com aparência de recém-colhidas nos supermercados. Com uma equipe de 70 servidores para atuar na Capital e no Interior, a Seapa admite que inspecionar todas as cargas é uma tarefa impossível, deixando vulnerável a produção gaúcha, estimada em 430 mil toneladas nesta safra.

Ainda que o consumo das frutas doentes não represente perigo algum ao ser humano, problemas fitossanitários podem gerar prejuízos ao produtor. De acordo com o gerente da Defesa Vegetal da Seapa, José Motta, as frutas ficam com aspecto feio e acabam não tendo a mesma liquidez no mercado. Ele alerta ainda que os fungos e as bactérias secam os galhos da planta, que pode morrer.

O coordenador da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapa, Vinícius Grasselli, comenta que, para as frutas que saem do Estado, existe uma instrução normativa federal, de 2009. A legislação proíbe a circulação entre estados de citros com cabos e folhas. Como as cargas necessitam de uma permissão de trânsito vegetal, todas são fiscalizadas. "O problema está no monitoramento dentro do Estado. Fiscalizamos as cargas por amostragem. Na Capital, concentramos força na Ceasa, enquanto no Interior, fiscalizamos nos locais que embalam as frutas e nas propriedades", diz Grasselli. A equipe da Seapa trabalha com respaldo de um decreto federal de 1934, que autoriza a destruição da carga de qualquer produto que dissemine praga ou doença. Grasselli explica que, em caso de desconfiança da presença de fungos ou bactérias, é feito um exame laboratorial na fruta antes de a carga ser banida.

Para o gerente regional da Emater em Lajeado, Derli Paulo Bonine, comprar frutas com o talo e a folha é um costume do gaúcho. "Dá a impressão que a fruta foi recém-colhida. Temos essa cultura aqui. Mas é necessário preservar a citricultura", finaliza o servidor.
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