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Clima dita ritmo em MT

As grandes precipitações ainda não ocorreram no Estado e o cenário preocupa produtor que quer avançar no campo


De acordo com as análises divulgadas ontem por meio do Boletim da Soja, do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), trinta dias se passaram desde o início do plantio da nova safra de soja em Mato Grosso, o ciclo 2015/16, e a área coberta atinge 14,3% em Mato Grosso, ultrapassando a média de 9,3% em 2014. Apenas na última semana, 755 mil hectares foram semeados, representando o maior avanço semanal da safra 2015/16 e destoando bastante dos 86 mil hectares semeados na mesma semana de 2014. Apesar da reação em relação ao ritmo do ano passado, quando os trabalhos foram interrompidos por falta de chuvas nesse mesmo período, o plantio no Estado ainda não explodiu por falta de chuvas. A safra nova segue ditada por chuvas pontuais, irregulares e sem grandes precipitações, realidade que já começa a preocupar sojicultores, em especial àqueles que antecipam o calendário para fazer a segunda safra de algodão ou milho.

Mesmo diante de um cenário de instabilidade climática, sobre forte influência do El Niño, os analistas do Imea apontam que os produtores ainda não registram expectativas elevadas de ressemeadura neste momento, diferentemente do ano passado, quando a probabilidade estava elevada nesta mesma semana. “Apesar disso, previsões até o final do mês, feitas pela Somar Meteorologia, indicam chuvas acumuladas bem abaixo da média dos últimos anos em alguns municípios como Sorriso, Diamantino e Canarana. Apesar de ser cedo para prever perdas sobre produtividade ou mesmo o tamanho de área a ser ressemeada, caso as previsões de poucas chuvas se consolidem novas preocupações poderão surgir ao produtor, inclusive, em torno de ressemeadura, ação que vai comprometer a margem de lucro, já que vai encarecer o custo de produção”.

Para a safra 2015/16 de soja, o Imea projeta a cobertura de 9,20 milhões de hectares, número que se confirmado, será 2,06% superior à temporada passada.

Em relação ao plantio, até o dia 14 de outubro, data de atualização do acompanhamento do Imea, a vantagem do ritmo atual de semeadura sobre o mesmo período do ano anterior era de quase 5 pontos percentuais (p.p.), com liderança da região oeste. Lá, 22% dos mais de 1,08 milhão de hectares estavam cultivados até aquela data. Em seguida estava a médio norte com quase 21% dos 3,14 milhões de hectares estimados cobertos. Entre as duas porções do Estado, a médio norte, na comparação anual, é que apresenta a maior evolução, com avanço de 10 p.p. No outro extremo está a região nordeste com apenas 0,88% da área estimada em 1,51 milhão de hectares cultivados.

Em entrevista na semana passada, o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Ricardo Tomczyk, foi contundente ao afirmar que o clima desta temporada é o pior já registrado no Estado em início de safra. “Muito pior do que o vivenciado no ano passado, porque até agora mal começamos a plantar. O risco climático está alto e o produtor preocupado”.

 

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